Bilionário egípcio se diz ‘decepcionado’ com problemas na recuperação da Oi

O bilionário egípcio Naguib Sawiris disse nesta quinta-feira (5) que deixou em compasso de espera seu interesse em investir na Oi devido às dificuldades ainda enfrentadas pela companhia em recuperação judicial e falta de tomada de decisões. O potencial investimento da Orascom TMT Holdings SAE, a operadora controlada por Sawiris, será analisado novamente caso os credores e acionistas da Oi encerrem suas disputas, disse o bilionário à Reuters durante uma conferência em Capri, na Itália. A Oi, que está passando pelo maior processo de recuperação judicial da história do Brasil, com R$ 65 bilhões em dívidas, atrasou diversas vezes colocar em votação por credores um plano de recuperação. A Orascom havia oferecido em dezembro uma troca de dívidas por ações e injeção de capital de até US$ 1,25 bilhão na Oi, com a condição de que houvesse um acordo com os credores. Esta semana Ricardo Malavazi renunciou como diretor financeiro da Oi após desentendimentos sobre o plano de recuperação entre alguns dos acionistas da operadora. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) disse que a renúncia de Malavazi contribui para as chances de uma intervenção. “Não estou feliz com a situação e coloquei meu interesse em espera”, disse Sawiris. “Se houver alguma coisa a ser feita de maneira razoável, eu vou olhar, mas agora eu estou decepcionado com todas as partes envolvidas neste assunto.” Representantes da Oi não comentaram o assunto. “No negócio de telefonia móvel, velocidade e decisões rápidas são importantes”, disse Sawiris. “Companhias que não veem os avanços da tecnologia e não investem na hora certa vão à falência.” Nesta semana, o presidente-executivo da Oi, Marco Schroeder, afirmou que a Oi vai concluir detalhes do plano de recuperação judicial até a próxima quarta-feira, para ser apresentado a assembleia de credores em 23 de outubro. Enquanto isso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), adiou nesta quinta-feira pedido da Oi para troca de multas por investimentos. A operadora deve mais de US$ 10 bilhões em multas cobradas pela agência, que tem afirmado que votará contra plano de recuperação da Oi se os débitos da autarquia forem incluídos na assembleia de credores.