Engie prevê alta do endividamento após compra das usinas da Cemig

A Engie, companhia de energia que adquiriu duas das quatro hidrelétricas da Cemig leiloadas na semana passada por um total de R$ 3,5 bilhões, se prepara para aumentar seu endividamento e trocar parte do seu parque de geração. A companhia, hoje, tem dívidas que equivalem a menos de uma vez o seu Ebitda (ganhos antes de juros, impostos e depreciação), segundo o CEO da empresa no Brasil, Mauricio Bähr, que não vê risco jurídico na compra dos ativos da empresa mineira. “O limite é duas vezes e meia o Ebitda, mas o número final deverá chegar a 1,5, no máximo duas vezes [o incdicador], afirma. Para pagar as usinas recém-arrematadas, Jaguara e Miranda, e trocar usinas cuja concessão se aproxima do fim ou que são poluentes, a empresa deve tomar empréstimos. O BNDES não financia mais outorgas. “Talvez tenhamos um mix de debêntures e financiamento. Os bancos estão nos procurando, e já há oferta de cheque de mais de R$ 1 bilhão.”A companhia prefere recursos domésticos para evitar o descasamento cambial. Bähr acredita que poderá antecipar o prazo de 180 dias para a transferência das usinas da Cemig —talvez para quatro meses. A concessão de algumas das usinas de seu portfólio atual vencerá em 2028. A empresa tem uma estratégia global de se desfazer de ativos que produzem energia a partir de carvão, e colocou à venda duas térmicas brasileiras (uma já operacional, outra em construção). Há ainda planos de negócios para energia solar distribuída, eólica e outros projetos que não são de geração. A Engie está em fase de “due diligence” (avaliação de risco do ativo antes da compra) para adquirir uma empresa brasileira que instale pontos de carga de energia para carros elétricos. A companhia começa a atuar com mais intensidade em iluminação, mobilidade urbana e em aeroportos —”já estamos em contato com novos concessionários.” R$ 7 BILHÕES foi o faturamento da companhia no país em 2016 10,3 MIL MW é a capacidade instalada nas 32 usinas da empresa no Brasil 3.000 são os funcionários € 33,1 BILHÕES (R$ 122 bilhões) foi o faturamento global da Engie no primeiro semestre € 919 MILHÕES (R$ 3,4 bi) foi o Ebitda na América Latina no período * De volta ao serviço O faturamento do setor de serviços na cidade de São Paulo subiu 4,4% no acumulado deste ano até agosto, aponta a FecomercioSP, com dados da Secretaria da Fazenda. O incremento representa R$ 7,8 bilhões a mais de receita em relação a 2016. “Tivemos altas consecutivas desde janeiro, e agosto registrou o melhor resultado da série histórica para o mês”, afirma o economista da entidade, Guilherme Dietze. A queda da inflação e os juros mais baixos são os principais fatores apontados para a retomada neste ano. O aumento foi puxado principalmente pelos setores de saúde (laboratórios, hospitais e clínicas) e de corretagem, que inclui desde imobiliárias até casas de câmbio. As empresas de serviços jurídicos e administrativos, que concentram a maior receita do setor e cujo desempenho depende da demanda de outras companhias, seguem com queda de 3,5% no acumulado de 12 meses até agosto. A tendência é que a taxa permaneça neste patamar até o fim de 2017, diz Dietze. SIRVA-SE – Faturamento do setor de serviços na capital paulista entre janeiro e agosto * Menos energia A migração para o mercado livre de energia desacelerou 34% neste ano, aponta a CCEE (câmara de comercialização). O principal motivo é a alta dos preços da energia, diz Paulo Toledo, presidente da Ecom. “Com o aumento nos últimos meses, principalmente devido ao tempo seco, é natural que as adesões caiam.” Ainda assim, o setor cresceu 28% até o mês de setembro —foram 1.147 adesões. LIBERDADE EM MENOR RITMO – Migração de consumidores do mercado regulado para o livre * Fez espuma Quase metade dos medicamentos lançados nos últimos oito anos venderam menos que o projetado inicialmente por analistas, segundo a consultoria Bain & Company. Mais de um quarto deles não alcançou nem 50% do faturamento projetado. Alguns fatores considerados prioritários pela indústria, como o diálogo com especialistas renomados, não foram tão eficazes, aponta a Bain. * Suécia… As empresas suecas melhoraram sua percepção do ambiente de negócios no Brasil neste ano. A taxa, porém, segue baixa: em 2016, 31% delas viam um cenário positivo no país, porcentagem que subiu para 36% neste ano. …mais otimista O nível de investimentos em 2017, porém, não cresceu. Os dados são da Câmara de Comércio Brasil-Suécia, que ouviu 70 empresas. Para 67% delas, os aportes no Brasil deverão crescer nos próximos três anos. * Hora do Café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI