Após ser notificado pelo STF, Senado retira nome de Aécio do site

Um dia após ter sido notificado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o Senado retira o nome de Aécio Neves (PSDB-MG) da lista de parlamentares em exercício do site da instituição. Com isso, o tucano está formalmente afastado e terá seu salário reduzido a um terço, enquanto estiver fora das atividades parlamentares. Pela regra de remuneração de senadores, o valor total –de R$ 33.763,00– é composto de 1/3 fixo e os outros 2/3 variam de acordo com a assiduidade do parlamentar. Como o tucano está proibido de comparecer ao Senado, ele poderá receber apenas R$ 11.264,00, equivalente a um terço do valor total. O nome de Aécio também será retirado do painel de votações e ele não terá direito à verba de representação e nem de carro oficial. O tucano espera reverter em breve as determinações judiciais. Ele aposta que isso pode ser feito pelo próprio STF (Supremo Tribunal Federal) ou pelo plenário do Senado. Na última terça-feira (26), a primeira turma do STF proibiu Aécio de sair de casa durante a noite e de exercer o mandato parlamentar. Ele foi notificado da decisão apenas na tarde de quinta-feira (28), em Brasília. Não há prazo de validade para as medidas cautelares que foram impostas ao parlamentar. REVISÃO O caso de Aécio levou a uma discussão sobre se o Judiciário pode impor a um parlamentar medidas restritivas de liberdade. Na visão de senadores, isso só pode ser feito se o plenário da Casa estiver de acordo. Diante do debate, o Supremo pautou para 11 de outubro o julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade que pede que as sanções contra parlamentares – como prisão preventiva, por exemplo –sejam submetidas ao Congresso. O resultado do julgamento terá impacto direto no caso de Aécio. O senador é alvo de denúncia do Ministério Público Federal por corrupção e obstrução da Justiça. Em março, ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões. Na conversa, o tucano faz críticas ainda ao comando da PF, sugerindo que sejam feitas mudanças. Ele nega as acusações e diz que seu afastamento do mandato é “uma condenação sem que processo judicial tenha sido aberto”.