‘Ninguém vai me intimidar’, diz Jucá sobre ação da PF contra seus filhos

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que “não será intimidado” após a Polícia Federal cumprir mandados na manhã desta quinta-feira (28) contra seus filhos e enteados. “Ninguém vai me intimidar…a partir daí, deduzam”, disse o senador ao ser questionado sobre se a ação da PF era uma afronta contra ele. A PF deflagrou nesta quinta uma operação em Boa Vista que tem como alvos dois filhos de Jucá, Rodrigo e Marina, e as enteadas Ana Paula e Luciana Surita. Foram expedidos mandados de busca e condução coercitiva contra todos. O advogado da família, Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay, afirma que o senador não é um dos investigados. Jucá criticou ainda o fato de a decisão ter sido tomada pela Justiça de Roraima. “Eu estou pegando as informações. Isso é uma ação da Justiça de Roraima, de uma juíza que está acionada no CNJ. Portanto, é uma retaliação, na hora que eu tiver os dados eu vou soltar uma nota”, disse. O senador, contudo, é alvo de denúncias e inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal) na Operação Lava Jato. Em nota divulgada à imprensa na tarde desta quinta, Jucá disse repudiar “mais um espalhafatoso capítulo de um desmando que se desenrola nos últimos anos” e que desta vez atingiu sua família. “Como pai de família carrego uma justa indignação com os métodos e a falta de razoabilidade. Como senador da República, que respeita o equilíbrio entre os Poderes e o sagrado direito de defesa, me obrigo a, novamente, alertar sobre os excessos e midiatização.” O peemedebista afirmou ainda que não teme investigação, assim como os integrantes de sua família. “Investigações contra mim já duram mais de 14 anos e não exibiram sequer uma franja de prova. Todos os meus sigilos, bancário, fiscal e contábil já foram quebrados e nenhuma prova. Só conjecturas”, afirmou. Ele relembrou o pedido de prisão apresentado contra ele e contra o ex-presidente José Sarney, em junho de 2016, que acabaram negados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Jucá afirmou que o pedido teve como base uma investigação que foi arquivada este mês por “absoluta inconsistência jurídica” Por último, ele afirma que a operação dessa manhã foi “desproporcional e constrangedora” e que o episódio poderia ter sido evitado. “Recebo essa agressão a mim e a minha família como uma retaliação de uma juíza federal, que, por abuso de autoridade, já responde a processo no CNJ”. OPERAÇÃO Batizada de Operação Anel de Giges, a operação desta quinta apura o desvio de R$ 32 milhões que supostamente tiveram como origem o superfaturamento na aquisição da “Fazenda Recreio”, localizada em Boa Vista e na construção do empreendimento Vila Jardim, do projeto Minha Casa, Minha Vida no bairro Cidade Satélite, também em Boa Vista. “São investigadas as transações decorrentes da venda da fazenda Recreio para a construção do empreendimento Vila Jardim, bem como pela fiscalização e aprovação do empreendimento na Caixa Econômica Federal”, diz a nota da PF. Ao todo estão sendo cumpridos 17 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal de Roraima, sendo nove de busca e apreensão e oito de condução coercitiva em Boa Vista, Brasília e Belo Horizonte.