Milhares protestam contra presidente da África do Sul, acusado de corrupção
Milhares de sul-africanos protestam nesta quarta-feira (27) nas principais cidades do país contra a corrupção no governo de Jacob Zuma. Zuma enfrenta crise e pressão política desde que indícios de corrupção nos altos níveis de seu governo foram revelados em 2016. O presidente é acusado, entre outras coisas, de permitir a influência indevida de empresários na indicação de membros do governo e na elaboração de contratos em troca de favores. Diante do escândalo, manifestantes voltaram a marchar nesta quarta até o Parlamento na Cidade do Cabo, a capital da África do Sul, entoando palavras de ordem como “Zuma deve ir” e “corrupção é um crime contra a humanidade”. Nos últimos meses, o movimento para que Zuma deixe a Presidência ganhou força até mesmo entre membros de seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), que defendem a sua renúncia. O presidente sul-africano, entretanto, alega inocência e diz ser vítima de uma caça às bruxas com motivações políticas. A crise política também abalou a confiança de investidores e a economia da África do Sul retraiu no início de 2017. “As coisas estão indo abaixo para o presidente Zuma”, disse a jornalista Florença Titus à agência de notícias Reuters. Em 2016, o presidente Zuma chegou a enfrentar uma votação de impeachment, mas obteve vitória. O CNA governa a África do Sul desde o fim do regime de segregação racial conhecida como “apartheid”, em 1994. Mas, segundo analistas, uma coalização da oposição está mais fortalecida para as próximas eleições presidenciais, que será em 2019.