Fórum discute demolição do Minhocão e extinção de terminais de ônibus

Apesar de ser abastecido com linhas de metrô, trem e ônibus, o centro de São Paulo também tem falhas de transporte e problemas de mobilidade, avaliam habitantes e frequentadores. A demolição do Minhocão, a instalação de uma linha circular de ônibus e a extinção dos terminais foram algumas das reivindicações debatidas nesta manhã de quarta-feira (20) no fórum Revitalização do Centro. Participaram do debate o secretário municipal de Transportes, Sérgio Avelleda, a especialista em mobilidade a pé Meli Malatesta e o professor de projetos e políticas públicas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie Valter Caldana. As três intervenções são urgentes para superar limitações de mobilidade na região, afirmou Caldana. “São três problemas localizados que demandam planejamento estratégico de médio e longo prazo.” O redesenho seria necessário para que o sistema de transportes da região não dependa do uso dos terminais, que têm impacto urbanístico negativo. Uma maneira de fazer isso, segundo o professor, é colocar linhas circulares de ônibus conectadas com outros modais. Para Avelleda, a proposta teria problemas de execução. “O problema de tirar os terminais do centro é que eles precisam ser colocados em algum lugar. Onde?”, perguntou. Na área central, funcionam os terminais do parque Dom Pedro 2º, dos Correios e das praças Princesa Isabel e da Bandeira. Segundo o secretário municipal, linhas circulares não são a solução do problema de mobilidade, frequentemente subutilizadas. Melhor alternativa seria promover a requalificação dos terminais para serem reutilizados como espaço público. “A ideia é fazer valer o espaço como uma fagulha de desenvolvimento urbanístico.” SEMÁFOROS Outro ponto colocado na mesa foi o mau funcionamento dos semáforos. Segundo reportagem da Folha, entre janeiro e março de 2017, São Paulo registrou em média 76 falhas diárias nos semáforos. Avelleda criticou a demora do processo de licitação do contrato de manutenção dos semáforos e afirmou que uma das questões que dificultam a manutenção é a falta de controle remoto de seu funcionamento. “Se alguém não nos informar, nem saberemos que o semáforo está quebrado”, declarou. O secretário anunciou uma parceria com o aplicativo Waze para aumentar a rapidez com que as pessoas reportam as falhas no trânsito. Para Meli Malatesta, os problemas dos semáforos vão além de falhas e falta de manutenção. “O manual do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) estabeleceu uma programação semafórica cruel para quem anda a pé. O tempo de travessia não é suficiente para um idoso.”