Ação sobre grandes shows no Pacaembu deve alterar projetos de concessão

A disputa pela pela concessão do Pacaembu será afetada pelo julgamento de uma ação da prefeitura de São Paulo para reverter decisão que proíbe grandes eventos. A afirmação é de Wilson Poit, secretário de desestatização. “A licitação será no fim deste ano. Se as condições forem mais favoráveis, vai ter mais concorrência e, para a cidade, vai ser melhor.” O julgamento está agendado para está terça (19) no STJ. A concessão está na fase de receber projetos dos quatro grupos de empresas que protocolaram interesse. Essas ideias serão recebidas pelo município para redigir o edital da concorrência. A impossibilidade de fazer grandes shows é uma restrição, diz Fernando Fleury, da consultoria Almeida & Fleury, que integra um dos consórcios participantes. “A modelagem de negócios será nas condições que forem estabelecidas. À medida que se criam restrições, limitam-se as alternativas e se discute qual é a possibilidade de realizar investimentos.” A proibição de grandes eventos, no entanto, não vai inviabilizar a entrega do estádio à iniciativa privada, diz Rafael Quinane, sócio da BF Capital, que participa de um dos outros consórcios. “Será uma opção de receita a menos, mas há outras, e o projeto ainda será viável.” A Casa Azul, outra concorrente, não proporá grandes show nem mesmo se a Justiça permitir sua realização. “É um desperdício usar o Pacaembu como se usam as outras arenas. Ele é mais sofisticado”, diz o diretor-presidente Mauro Munhoz. * À espera do Refis As vendas da fabricante de brinquedos Estrela tiveram um pequeno aumento, de 3%, no primeiro semestre deste ano, segundo o sócio Carlos Tilkian. O resultado deverá melhorar até o fim de 2017, caso se mantenha o atual ritmo de pedidos das redes varejistas para o Dia das Crianças, avalia o executivo. A empresa terminou o ano passado com prejuízo líquido de R$ 62,5 milhões. Com R$ 355 milhões de tributos a pagar, a companhia ainda aguarda a definição das condições do próximo Refis para avaliar sua adesão, diz Tilkian. “Esperamos também que o governo dê ao menos um mês a mais de prazo para a adesão. Não adianta definir [os termos] e dar três dias para as empresas.” A fabricante ainda aguarda a homologação de sua última adesão a um programa de refinanciamento, em 2014 —o Refis da Copa. A demora, afirma, se deve ao alto volume de pedidos feitos à época, que a Receita ainda não processou. A fabricante também pretende reduzir seus custos com itens importados —que hoje vêm da China e passarão a vir do Paraguai. A expectativa é que a nova operação se inicie em 2018. Os importados representam de 15% a 18% do faturamento da empresa. R$ 141 MILHÕES foi a receita operacional líquida da Estrela em 2016, uma queda anual de 16,6% * Falta de produtos diminui em supermercados O índice de ruptura, que mede a falta de itens em supermercados, chegou a 10,22% em agosto, segundo as consultorias NeoGrid e Nielsen. Isso significa dizer que, em uma cesta hipotética de 100 produtos, 10 não seriam encontrados pelo cliente. O indicador, que começou o ano próximo a 11,7%, cai de forma sustentável à medida que a economia se recupera, segundo Rodrigo Mariano, da Apas (Associação Paulista de Supermercados). “Em um cenário de crise, a ruptura é mais frequente. Quando as vendas diminuem, o planejamento fica prejudicado”, diz o economista. “Varejistas compram uma quantidade menor do que a necessária e, entre um pedido e outro, clientes não encontram o produto na gôndola.” Itens como bebidas e derivados lácteos, que podem ficar menos tempo estocados ou que são comprados mais frequentemente, têm um nível de ruptura maior, diz ele. Muitos varejistas também seguraram a compra de produtos devido à tentativa dos fabricantes de repassar custos, afirma Robson Munhoz, vice-presidente da NeoGrid. “O problema chegou a um nível tão grave que as indústrias cederam mais.” PASSA AMANHÃ – Índice de falta de produtos em supermercados, em % * Licença para dragar O imbróglio em torno da dragagem do Porto de Santos levantou o tema da descentralização no setor portuário, dizem entidades do segmento. A contratação de serviços, hoje, é controlada pelo governo federal, que precisaria autorizar mudanças no modelo —como no caso de Santos, onde se propõe a concessão do serviço de dragagem. A descentralização daria mais agilidade à contratação, que hoje é pouco eficaz e frequentemente gera problemas à operação portuária, diz Marcos Ludwig, sócio do Veirano. As empresas que usam os portos também se queixam que o orçamento centralizado beneficia áreas que requerem manutenção frequente, como Santos, afirma Paulo Villa, do Usuport da Bahia (dos usuários de portos do Estado). O próprio município de Santos, porém, apoia a descentralização, que seria um modelo mais competitivo, segundo o prefeito da cidade e presidente da ABMP (associação das cidades portuárias), Paulo Barbosa (PSDB). * Reforma… A TPA Empreendimentos investirá R$ 15 milhões em um retrofit do edifício Irradiação, localizado no centro de São Paulo. …clássica O prédio foi projetado por Jacques Pilon, mesmo arquiteto da biblioteca Mario de Andrade, e será adaptado para uso residencial. Executivo Após 82 anos, a Vedacit, de materiais de construção, deixará de ter uma gestão familiar. Será assumida por Marcos Bicudo, ex-Masisa. * Hora do Café com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI