Joesley e Saud ficam em silêncio em depoimento na PF sobre áudio
O empresário Joesley Batista, sócio da J&F, controladora da JBS, ficou calado no depoimento marcado para esta quinta-feira (14) sobre o áudio gravado entre ele o ex-funcionário de sua empresa e também delator Ricardo Saud. Os dois estão presos na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde segunda-feira (11). Assim como Joesley, Saud não falou. O motivo do silêncio, segunda a defesa, foi a notícia publicada pela Folha de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu revogar a imunidade penal de ambos. A possibilidade de repactuação do acordo com a PGR em relação ao tempo de prisão hoje é remota, conforme apurou a reportagem. O mais provável é que haja rescisão, com a perda total de benefícios. “Eles seguiram a orientação da defesa de ficar em silêncio. A imprensa está noticiando que Janot pediu a rescisão do contrato de delação mesmo nós entendendo que os dois executivos não cometeram crimes”, disse Antônio Carlos Almeida Castro, chamado de Kakay. O criminalista disse que optou pelo silêncio porque não sabe o que Joesley e Saud “são juridicamente, se são colaboradores ou se são investigados”. Antes de ter conhecimento da decisão de Janot, a ideia da defesa era que ambos falassem sobre os detalhes de como a gravação ocorreu. Eles também explicariam a participação do ex-procurador Marcello Miller nas tratativas do acordo, segundo pessoas ligadas à empresa. Na tarde desta quinta-feira (14) a PGR irá definir se Joesley e Saud terão a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias ou se ela será convertida em preventiva, ou seja, sem data para terminar.