Coleção Lendas do Jazz traz o quase pop do guitarrista Wes Montgomery
Quem admira a guitarra pop suave de George Benson ou o dedilhar de jazz cativante de Pat Metheny, e esses fãs não são poucos, pode ir direto à fonte desses instrumentistas. Nenhum dos dois tocaria assim de maneira tão agradável sem ter a inspiração de Wes Montgomery (1923-1968). Autodidata e com uma maneira peculiar de tocar a guitarra, usando o polegar e não a palheta, o músico americano cumpriu uma jornada curta e fantástica. No auge com seu quinteto de feras, morreu fulminado por um ataque cardíaco aos 45 anos. Esse brilho fugaz é contado no volume número 27 da Coleção Folha Lendas do Jazz, que chega às bancas no domingo (17). O CD que acompanha o livro traz 14 faixas que conseguem agrupar o universo do guitarrista. Tem o trabalho de Montgomery como compositor, nas ótimas peças “Bumpin'”, “Bumpin’ on Sunset”, “Twisted Blues” e “The Thumb”. Mostra também como ele recriava com elegância e fluidez músicas de outros gigantes, como “Impressions” (de John Coltrane), “No Blues” (Miles Davis) e “Caravan” (Duke Ellington). “What the World Needs Now Is Love”, de Burt Bacharach e Hal David, é exemplo da vertente mais comercial na última fase da carreira de Montgomery, que recebeu algumas críticas negativas na opção pelo pop. Uma bobagem. O álbum “Down Here on the Ground” (1968) é uma obra-prima.