Temer pede para Supremo suspender nova denúncia da Procuradoria
A defesa do presidente Michel Temer pediu nesta quarta (6) para que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), determine a suspensão da nova denúncia e de outros inquéritos contra ele. De acordo com os advogados do presidente, Fachin deve proibir as ações da PGR até que termine a investigação para apurar se os delatores da JBS omitiram fatos da Procuradoria. “Desta maneira, torna-se medida primeira de Justiça a sustação do andamento de eventual nova denúncia apresentada contra o Sr. Presidente da República até que as investigações sobre os gravíssimos fatos sejam concluídas”, diz o documento. “O presente caso, ou nos demais que eventualmente possam surgir, a atuação parcial, conflitante e passional de autoridades e o descrédito de colaboradores comprometerão a higidez de qualquer processo, em verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito”, informa a peça assinada pelo criminalista Antônio Mariz. O movimento se dá depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciar que determinou abertura de investigação de indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no acordo de executivos da JBS. O problema surgiu após os delatores da JBS entregarem à PGR (Procuradoria-Geral da República) novos áudios de conversas gravadas secretamente. A delação da JBS serviu como base para a PGR oferecer a primeira denúncia contra o presidente. Conforme informou a Folha, Michel Temer viu enfraquecimento político de Janot ao ameaçar o cancelamento da delação premiada da JBS. Mas o presidente avalia que as investidas da Procuradoria seguem e que a apresentação de uma segunda denúncia contra ele será inevitável. O Planalto acredita que a repercussão da decisão de Janot sobre a delação da JBS é “ótima” para o governo, pois terá reflexo político direto entre os parlamentares que irão votar o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente na Câmara. EMBATE O embate entre Temer e o procurador-geral teve início em maio deste ano, por causa da delação premiada dos executivos da JBS. O empresário Joesley Batista gravou o presidente no Palácio do Jaburu, em áudio que fez parte da colaboração feita com procuradores. Após as revelações, Janot abriu investigações sobre Temer e o denunciou pelo crime de corrupção passiva –rejeitada pela Câmara dos Deputados.