Após perder parlamentares, Maia diz que Temer é aliado permanente
Cinco dias dias após perder para o PMDB parlamentares que iriam para o DEM, o presidente da República interino, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez menção à “humildade” do presidente Michel Temer, a quem definiu como, “de forma permanente, um aliado”. Os elogios foram feitos em discurso nesta terça-feira (5), durante cerimônia para sancionar uma linha de crédito de R$ 10 bilhões para hospitais filantrópicos e Santas Casas. “Por último, gostaria de agradecer ao presidente Michel Temer a humildade de transferir para mim a possibilidade de sancionar um projeto que todos sabem que é muito importante, que tem um impacto político importante”, afirmou Maia. Para Maia, Temer fez “um gesto de grandeza”. “Não podia deixar de agradecer a ele este gesto porque tem sido, comigo, de forma permanente, um aliado e, a cada momento, fazendo esse gesto”, afirmou, agradecendo também a possibilidade de ele, Maia, poder assinar um acordo de recuperação fiscal para o Rio de Janeiro. CLIMA TENSO Na semana passada, o clima entre Temer e Maia ficou tenso depois que o presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), anunciou que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e o filho dele, ministro Fernando Bezerra Coelho Filho (Minas e Energia), estavam sendo assediados pelo DEM. Em julho, ao perceber a movimentação do DEM para engordar sua bancada com os insatisfeitos do PSB, Temer foi pessoalmente à casa da deputada Tereza Cristina (PSB-MS), líder do partido na Câmara, para oferecer o PMDB como opção. À época, aliados de Temer negaram o assédio. Na quinta-feira passada (31), o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), disse à Folha que haveria “troco”. Maia disse ter liberdade para exercer a Presidência da República na ausência de Temer, mas que prefere limitar-se “à burocracia do governo”. “Eu acho que o presidente Michel Temer me deixa à vontade para que eu possa, mesmo na interinidade, tomar as decisões que precisam ser tomadas”, disse. O presidente interino afirmou que, apesar da liberdade, evita fazer gestos que não estejam de acordo com Temer. “Eu não faço nenhum movimento que seja contra o presidente da República porque o governo é do presidente Michel Temer”. “Esses momentos entram para a história do Brasil e entram para minha história política também.”