Diretor do Conselho Nacional Eleitoral denuncia ‘falta de transparência e de veracidade’ em eleição na Venezuela

Nicolás Maduro diz que Venezuela está sofrendo uma tentativa internacional de desestabilização em reunião conjunta do Conselho de Estado, em 30 de julho de 2024. — Foto: Reprodução/Maduro no Youtube

Nicolás Maduro diz que Venezuela está sofrendo uma tentativa internacional de desestabilização em reunião conjunta do Conselho de Estado, em 30 de julho de 2024. — Foto: Reprodução/Maduro no Youtube

Juan Carlos Delpino foi um dos cinco reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), representou a oposição e está escondido.

Ele falou em um comunicado divulgado através de suas redes sociais e diz que não estava presente quando os resultados foram contabilizados porque as testemunhas da oposição foram retiradas durante o encerramento das mesas receptoras com a justificativa de uma interrupção da transmissão dos resultados “devido a um suposto hacking”.

“Segundo os protocolos, a transmissão dos resultados deve ser feita imediatamente ao encerramento das mesas. Porém, nesse período, a transmissão foi interrompida e justificada por um suposto hack, com um silêncio e atraso não explicados”, explicou.

“Tudo o que aconteceu antes, durante e depois das eleições presidenciais indica a gravidade da falta de transparência e veracidade dos resultados anunciados. Lamento profundamente que o resultado e seu reconhecimento não sirvam a todos os venezuelanos, que não resolva as nossas diferenças, não promova a unidade nacional e que em seu lugar haja dúvidas entre a maioria dos venezuelanos e a comunidade internacional sobre os resultados”, escreveu.

Candidato de oposição investigado

Em um vídeo postado nas redes, González atacou o procurador-geral da República, Tarek William Saab:

“O procurador-geral da República tem se comportado reiteradamente como um acusador político. Condena por antecipação e agora promove uma intimação sem garantias de independência e do devido processo. O Ministério Público pretende submeter-me a uma entrevista sem especificar em que condição devo comparecer (acusado, testemunha ou especialista, segundo a lei venezuelana) e com a pré-qualificação de crimes não cometidos”.

“Edmundo González foi convocado pela segunda vez para comparecer nesta terça-feira ao Ministério Público”, escreveu o procurador Tarek William Saab em uma mensagem à agência de notícias AFP, que acompanhou uma cópia da intimação.

O ex-candidato é investigado por suposta prática de crimes como “usurpação de funções” e “falsificação de documento público”.