Dólar sobe e fecha a R$ 5,59, após dados de emprego piores do que o esperado nos EUA; Ibovespa cai

 — Foto: Karolina Grabowska/Pexels

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O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (6), com investidores repercutindo os novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que vieram piores do que o esperado. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda.

O payroll, relatório de emprego mais importante do país, mostrou uma criação de 142 mil novas vagas não-agrícolas em agosto, enquanto as expectativas eram de 164 mil.

A taxa de desemprego teve uma leve queda no último mês, caindo de 4,3% em julho para 4,2% em agosto. No entanto, a taxa permanece bem acima do que foi registrado no mesmo período do ano passado, quando estava em 3,8%.

Esses dados reforçam a visão de que a economia americana vive uma fase de desaceleração e aumenta os temores em relação a uma possível recessão.

A continuidade do enfraquecimento do mercado de trabalho americano também faz o mercado voltar às incertezas sobre qual será a conduta do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

A próxima reunião da instituição ocorre em setembro e investidores esperam o início de um ciclo de cortes nas taxas de juros, hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,75% na semana e no mês;
  • avanço de 15,20% no ano.

No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 1,22%, cotada em R$ 5,6706.

O Ibovespa caiu 1,41%, aos 134.572 pontos.

Com o resultado o índice, acumulou:

  • queda de 1,05% na semana e no mês;
  • ganho de 0,29% no ano.

Na véspera, o índice fechou em alta de 0,29%, aos 136.502 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?

O mercado esperou pela divulgação do payroll durante toda a semana, e os números frustraram as expectativas.

A geração de vagas foi menor que o esperado, enquanto a taxa de desemprego permaneceu acima dos níveis registrados um ano antes.

Segundo o Departamento do Trabalho, o número de pessoas desempregadas no país era de 6,3 milhões em agosto. A maioria das vagas geradas no mês foi puxada pelos setores de construção e cuidados de saúde, enquanto manufatura foi o pior setor.

O dado vem em linha com os números do relatório ADP, que mostra a criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos. Divulgado na véspera, o relatório reportou geração de 99 mil novas posições em agosto, muito abaixo das expectativas de 144 mil.

Ainda nesta semana, o Livro Bege foi divulgado pelo Fed na quarta-feira e revelou que a atividade econômica dos Estados Unidos teve uma expansão mais lenta entre julho e agosto, ao passo em que as empresas relataram menos contratações. O documento reúne entrevistas com empresas nos 12 distritos do banco central, até o dia 26 de agosto.

O cenário reforça a expectativa de que o Fed deverá reduzir a taxa básica de juros neste mês.

Permanecem, porém, as incertezas sobre qual será a magnitude do primeiro corte do Fed. Parte do mercado espera um corte de 0,25 ponto percentual, mas outros esperam queda de 0,50 ponto percentual.