Deflação é boa notícia em agosto, mas não deve durar ou impactar decisão do BC
O dado positivo da inflação do mês passado deve, pelo menos, garantir que a inflação termine o ano na casa de 4,3%, abaixo do teto da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%.

País tem deflação de 0,02% em agosto
Por sinal, uma inflação que terá de ser enfrentada com um Banco Central reformulado, com maioria de diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): sete dos nove integrantes da autoridade monetária
O Palácio do Planalto sabe que, na reunião da próxima semana, o Banco Central pode subir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,5% para 10,75%.
O mercado acredita que novos aumentos serão feitos nas duas últimas reuniões, em novembro e dezembro, com a taxa de juros fechando o ano em 11,25%.
Mudança na gestão
O aperto monetário agora, porém, pode facilitar a vida do Banco Central no próximo ano, criando condições para que cortes na taxa Selic sejam feitos no primeiro semestre do ano que vem.
Ou seja, o presidente Lula poderá dizer que o BC, com maioria dos diretores indicados por ele, estará reduzindo a taxa Selic, mas o que pode ser garantido por um Banco Central mais conservador neste fim de ano.
Aprovado, o que é dado como certo, ele toma posse no início do ano que vem, depois de Roberto Campos Neto deixar o comando do BC em dezembro deste ano.
Além de Galípolo, Lula fará mais três indicações. Uma para a vaga de Galípolo na diretoria de Política Monetária e outros dois para diretores que também encerrarão seus mandatos no final deste ano.