Hezbollah ataca bases de Israel em retaliação à explosão de pagers

Explosões dos pagers do Hezbollah: sobe o número de mortos em ação coordenada

Explosões dos pagers do Hezbollah: sobe o número de mortos em ação coordenada

Segundo o grupo extremista, os ataques, feitos com lançamento de foguetes, atingiram posições de artilharia israelenses, mas não disse se houve vítimas. Israel ainda não havia se pronunciado sobre o lançamento dos foguetes.

O Hezbollah e o governo do Líbano acusaram Israel de estar por trás dos ataques aos pagers, dispositivos de mensagem utilizados pelo grupo extremista e que explodiram quase simultaneamente na tarde de terça, matando 12 pessoas e ferindo mais de 2.700.

Israel não se pronunciou sobre o caso, mas também nesta quarta, a agência de notícias Associated Presso afirmou, com base em fontes dos Estados Unidos, que o governo israelenese avisou Washington sobre a explosão.

O governo do Líbano e o Hezbollah acusaram Israel de ter implantado explosivos dentro dos pagers, antes mesmo de que os aparelhos fossem comprados pelo grupo extremista.

Os pagers foram detonados quando membros do Hezbollah estavam em locais públicos, como lojas e mercados. Ainda de acordo com a imprensa dos EUA, a operação ocorreu antes do planejado pelo Mossad porque o Hezbollah descobriu o plano.

Os pagers que explodiram emitiram um alerta antes da explosão, imitando o barulho que fazem ao receber uma mensagem real. Na sequência, foram detonados.

Os equipamentos haviam sido importados ao Líbano da Gold Apollo, fabricante de pagers com sede em Taiwan. A Gold Apollo, no entanto, informou que os aparelhos foram fabricados por uma empresa sediada em Budapeste. Os pagers foram produzidos pela BAC Consulting KFT, sediada na capital da Hungria.

Segundo o jornal “The New York Times”, a suspeita é que Israel implantou os explosivos em um lote de pagers encomendado pelo Hezbollah. A publicação afirmou, em reportagem na terça, que uma carga explosiva com menos de 50 gramas foi colocada próxima à bateria, junto a uma espécie de interruptor. Isso possibilitaria que os pagers fossem detonados remotamente.

Por volta das 15h30, pelo horário local (9h30, em Brasília), os equipamentos receberam uma mensagem que parecia ter vindo da liderança do Hezbollah. A mensagem “falsa”, no entanto, ativou os explosivos.

Testemunhas ouvidas pela agência de notícias Reuters afirmaram que várias pessoas sofreram ferimentos na cabeça, nas mãos ou na região da cintura. O fato de o pager ter tocado antes da explosão pode ter induzido os usuários a se aproximarem ou manusearem os equipamentos.

Ainda segundo o The New York Times, o Hezbollah havia encomendado mais de 3 mil pagers da Gold Apollo. Os equipamentos foram distribuídos para membros do grupo extremista no Líbano, além de aliados no Irã e na Síria.

Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

Homem mostra como ficou pager após explosão — Foto: Telegram/Reprodução

A onda de explosões durou cerca de uma hora. Entre os mortos, estão uma menina e dois integrantes do Hezbollah, segundo o grupo xiita.

Imagens das câmeras de segurança de um supermercado em Beirute registraram o momento de duas dessas explosões: uma de um homem que pagava suas compras no caixa e outra perto de uma bancada de frutas.

O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, foi um dos feridos pelas explosões. Segundo a embaixada, Amani sofreu ferimentos leves.

A Cruz Vermelha Libanesa diz que mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas de emergência foram enviadas para ajudar no socorro às vítimas.

Após as explosões desta terça, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem os dispositivos fora imediatamente, segundo a agência de notícias estatal do Irã Irna.

Um representante do Hezbollah, que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato, afirmou que a detonação dos pagers foi a “maior falha de segurança” a qual o grupo foi submetido desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.

Os pagers foram um meio de comunicação móvel desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960 que se popularizou durante as décadas de 1980 e 1990, antes do crescimento do uso de celulares.

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