‘Morreram trabalhando na pequena fábrica da família’, diz irmã de brasileiro morto em ataque no Líbano

Ali Kamal Abdallah tinha 15 anos e nasceu em Foz do Iguaçu — Foto: Redes Sociais
Ali Kamal Abdallah tinha 15 anos e nasceu em Foz do Iguaçu — Foto: Redes Sociais
“Foi um ataque. Eles morreram trabalhando na pequena fábrica da família”, afirmou.
Ali Kamal Abdallah tinha 15 anos e nasceu em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O pai dele, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, era libanês com naturalidade paraguaia. Conforme a família, os dois morreram na segunda-feira (23) feridos por um foguete que atingiu a cidade de Kelya, no Vale do Bekaa.
Segundo Hanan Abdallah, a família morou por mais de dez anos em Foz do Iguaçu e voltou para o Líbano há cerca de quatro anos, onde tinham uma empresa em Sohmor, cidade vizinha a do bombardeio.
Além de Ali, Kamal Hussein morava na cidade de Kelya junto com outros dois filhos: um rapaz de 16 anos, e uma jovem de 21 anos.
O adolescente de 16 anos também se feriu no bombardeio, mas sobreviveu. Ele e a irmã estão a caminho do Brasil, devem chegar no país na quinta-feira (26) e estão muito abalados, conforme Hanan.

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Filha diz que pai estava angustiado
À RPC Hanan contou que conversou com o pai na madrugada de segunda-feira, por volta das 5h no horário de Brasília.
Ela relatou que o pai estava angustiado e estava tentando conseguir passagens para os filhos voltarem ao Brasil, porque estava com medo.

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A jovem tem um bebê e está há mais de um ano sem ver a família. Ela voltou ao Brasil após se casar, há cerca de 2 anos.
Conforme Hanan, o restante da família já tentava voltar ao Brasil. A esposa da vítima e mãe de Hanan, de 49 anos, chegou a Foz do Iguaçu cerca de uma semana.
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Fumaça emerge no sul do Líbano após ataques israelenses, vista de Tiro, no Líbano, nesta segunda-feira (23). — Foto: Aziz Taher/Reuters
Fumaça emerge no sul do Líbano após ataques israelenses, vista de Tiro, no Líbano, nesta segunda-feira (23). — Foto: Aziz Taher/Reuters
Israel afirmou que está conduzindo uma operação militar na fronteira com o Líbano para que moradores da região possam voltar para casa. Esses israelenses deixaram a área por causa de ataques do grupo extremista Hezbollah, que atua no Líbano.
Hezbollah e Israel possuem um histórico de desavenças, que já resultou em uma guerra em 2006. O conflito na região voltou a se intensificar em outubro de 2023. À época, o grupo terrorista Hamas invadiu Israel, o que resultou na morte e sequestro de civis.
Em resposta, Israel declarou guerra contra o Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza. Desde então, o Hezbollah vem lançando foguetes contra Israel para demonstrar apoio ao grupo terrorista e aos moradores de Gaza.
Israel também lançou uma série de bombardeios contra o Líbano, afirmando que estava “atacando estruturas do Hezbollah”.

Fumaça em vários pontos do Líbano após ataque de Israel — Foto: REUTERS/Aziz Taher
Fumaça em vários pontos do Líbano após ataque de Israel — Foto: REUTERS/Aziz Taher