Netanyahu diz que trabalho de Israel ‘ainda não terminou’ e que ‘dias desafiadores estão à frente’

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostra um mapa do Irã e aliados com a inscrição “a maldição” durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em 27 de setembro de 2024. — Foto: Eduardo Munoz/ Reuters
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostra um mapa do Irã e aliados com a inscrição “a maldição” durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em 27 de setembro de 2024. — Foto: Eduardo Munoz/ Reuters
Nasrallah foi morto em um ataque nesta sexta-feira (27), nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano. Ele comandava o Hezbollah desde 1992 e era considerado uma figura importante no Oriente Médio.
“A eliminação de Nasrallah é um passo necessário para mudar o equilíbrio de poder no Oriente Médio”, afirmou o primeiro-ministro. E completou: “Nosso trabalho não terminou, dias desafiadores estão à frente”.
Netanyahu disse que Nasrallah era o “principal motor do eixo do mal do Irã” e o classificou como “não um terrorista, mas o terrorista”. Na visão do primeiro-ministro de Israel, a eliminação do dirigente permitirá “avançar” na libertação dos reféns sequestrados em Israel e levados para a Faixa de Gaza.
“Acertamos nossas contas com o responsável pelo assassinato de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outros países, incluindo centenas de americanos e dezenas de franceses”, disse Netanyahu.
Segundo o primeiro-ministro, enquanto o “terrorista” continuasse vivo, ele poderia “restaurar rapidamente as capacidades do Hezbollah” que Israel havia enfraquecido em uma série de operações recentes. “Então, dei a ordem, e Nasrallah não está mais entre nós”, declarou.
“Estamos determinados a continuar atingindo nossos inimigos.”
Mais cedo, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que o país deve promover novos ataques no Líbano para atingir estruturas do Hezbollah.
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O que está acontecendo
Israel e Hezbollah vem trocando ataques mais intensamente há uma semana, que já deixaram mais de 700 mortos no Líbano e provocaram o mais êxodo do país desde a guerra de 2006, também entre Israel e Hezbollah.
O Exército de Israel informou que enviou duas brigadas para o norte de Israel e está acionando três batalhões da reserva para uma possível incursão terrestre no Líbano. Por enquanto, porém, essa incursão não foi confirmada.
Apesar das mortes e dos milhares de desabrigados, o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse, neste sábado, que a guerra não é contra o povo libanês.
“Ele (Nasrallah) foi o assassino de milhares de israelenses e cidadãos estrangeiros. Ele era uma ameaça imediata às vidas de milhares de israelenses e outros cidadãos”, declarou o ministro. “Ao povo do Líbano, eu digo: Nossa guerra não é com vocês. É hora de mudar.”
Os conflitos no Oriente Médio começaram em 7 de outubro do ano passado, quando o grupo extremista Hamas, da Faixa de Gaza, atacou uma festa rave em Israel e outros pontos do país, deixando mais de 1.200 mortos e sequestrando centenas de israelenses.
Israel passou a atacar a Faixa de Gaza na sequência, alegando que o alvo eram integrantes do Hamas. No entanto, os ataques que ocorrem desde então devastaram a região da e deixaram mais de 40 mil palestinos mortos, a grande maioria de civis.
Em apoio ao Hamas, o Hezbollah também começou a atacar Israel ainda no ano passado. O conflito entre o exército israelense e o grupo libanês permanece desde então, mas se intensificou na semana passada, após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, que acusam Israel pelo ataque.
*Com informações da agência de notícias Reuters