Em dia de sabatina de Galípolo, Lula diz que ‘taxa de juros ainda é a mais alta, mas haverá de ceder’

Lula em foto de agosto de 2024. — Foto: Adriano Machado/Reuters

Lula em foto de agosto de 2024. — Foto: Adriano Machado/Reuters

Segundo o petista, apesar do patamar atual, a taxa “haverá de ceder”, em meio aos demais resultados econômicos.

Uma das questões que pairavam em torno de Galípolo desde antes de sua indicação dizia respeito à independência dele como titular do BC, diante de declarações de Lula críticas à autonomia do banco.

“Eu estou muito feliz porque a economia está razoável, a taxa de juros ainda é a mais alta, mas ela haverá de ceder. Nós temos a inflação controlada, nós temos a massa salarial crescendo, nós temos o emprego crescendo, nós temos leis para proteger os empreendedores individuais, o pequeno e médio empresário. Tudo já está feito”, argumentou.

Lula reclama de decisão do Banco Central sobre taxa de juros

Lula reclama de decisão do Banco Central sobre taxa de juros

Se aprovado pelos senadores, Galípolo substituirá uma gestão duramente criticada por Lula à frente do Banco Central, em grande parte pelos movimentos na condução da Selic.

Independência à frente do BC

Gabriel Galípolo abriu a sabatina no Senado, nesta terça, assegurando aos parlamentares que recebeu a garantia do presidente Lula de que terá “liberdade na tomada de decisões” na autoridade monetária.

Foto, Gabriel Galipolo. Nesta terça (9) o Secretário Gabriel Galípolo indicado Diretor Bacen, fala com a imprensa sobre a indicação para diretoria de política monetária do Banco Central — Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Foto, Gabriel Galipolo. Nesta terça (9) o Secretário Gabriel Galípolo indicado Diretor Bacen, fala com a imprensa sobre a indicação para diretoria de política monetária do Banco Central — Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A legislação garante ao Banco Central independência do governo federal, estabelecendo mandatos aos diretores e aos presidente da instituição, que não coincidem com o período de mandato do presidente da República, mesmo que este seja responsável pelas indicações.

Em declaração aos senadores, Galípolo afirmou que Lula foi “enfático” a respeito de sua autonomia à frente da instituição em todas as oportunidades nas quais se reuniu com o petista.

“Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro. Cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro”, declarou.

O nome de Galípolo precisa ser aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pelo plenário do Senado, o que pode acontecer ainda nesta terça.

Conflito no Oriente Médio

Além das falas sobre a economia do país, o presidente Lula aproveitou a cerimônia de sanção do projeto voltado para a transição energética para reiterar que condena a ação militar de Israel na Faixa de Gaza e no Líbano, ao declarar que não se conforma com guerras no mundo.

“Eu não me conformo com a chacina que Israel está fazendo na Faixa de Gaza e agora a invasão no Líbano. Jó trouxemos hoje mais 220 libaneses para o Brasil e vamos trazer todos que quiserem vir. O mundo não precisa de guerra”, disse o presidente.

Nesta terça-feira, a Força Aérea Brasileira trouxe o segundo voo com 227 repatriados do Líbano e já planeja um terceiro.

O conflito no Oriente Médio se iniciou há um ano, após o ataque terrorista do Hamas a Israel. Neste momento, os combates se alastraram da Faixa de Gaza para o Líbano e já envolvem o Irã.