Soja: Com ganho de mais de 1% do dólar e prêmios, preços fecham em alta no mercado brasileiro
Nesta segunda-feira (4), os preços da soja subiram no mercado brasileiro e fecharam o dia com ganhos de até mais de 2% entre as principais praças de comercialização. Já nos portos, as oscilações foram mais tímidas e, em Paranaguá, os valores chegaram até a recuar, mesmo diante de uma boa alta do dólar.
Os negócios, entretanto, mais uma vez começaram a semana sem muito ritmo, já que os últimos valores seguem pouco atrativos para os produtores nacionais, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. “Os negócios saem com os preços próximos dos R$ 77,00 e acima disso, abaixo, não acontecem, os produtores já saem do mercado”, diz.
No terminal de Rio Grande, nesta segunda, alta de 0,27% para R$ 75,20 no disponível e de 0,66% para R$ 76,50 no mercado futuro, soja com embarque em junho. No porto de Paranaguá, em ambas as referências as baixas foram de 0,665 para R$ 75,50.
Já no interior do Brasil, nas praças do Paraná, Ponta Grossa fechou os negócios com R$ 72,00 por saca e alta de 2,86%; já em Londrina, ganho de 0,81% para R$ 62,50. Em Sorriso, Mato Grosso, o valor foi a R$ 59,00 com alta de 1,72%, enquanto São Gabriel do Oeste/MS subiu 0,83% para R$ 61,00 e Jataí/GO, 0,17%, para R$ 59,60 por saca.
Apesar da alta do dólar registrada nesta segunda-feira – a moeda fechou com alta de 1,43% e valendo R$ 3,6138 – o indicador ainda se mostra mais baixo do que o registrado há alguns meses, quando os valores da soja atraíam mais os vendedores, o que, portanto, ainda é insuficiente para motivar uma volta dos vendedores ao mercado, ainda como explica Brandalizze.
Por outro lado, o mercado nacional vem contando com uma vantagem pelos prêmios pagos nos portos nacionais, que, em alguns casos, chega a superar os 50 centavos de dólar sobre os preços praticados em Chicago.
Mercado Internacional
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja recuaram nesta segunda-feira. A oleaginosa perdeu entre 4 e 4,75 pontos nos principais vencimentos, com o maio/16 fechando com US$ 9,13 por bushel ee o agosto/16 com US$ 9,24.
Ainda como explica Vlamir Brandalizze, a pressão veio do dólar mais elevado – que chegou a motivar, mesmo que pontualmentem, alguns negócios no Brasil – e também do baixo volume dos embarques semanais reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O país embarcou, na semana encerrada em 31 de março, 206,974 mil toneladas de soja, contra 567,846 mil da semana anterior e frente às projeções que oscilavam entre 300 mil e 490 mil toneladas. No acumulado da presente temporada, o total dos embarques é de 41.624,221 milhões de toneladas, contra 44.892,343 milhões do mesmo período do ano safra 2014/15.
Outro fator de pressão sobre as cotações foi a nova baixa do petróleo. A commodity intensificou suas perdas em Nova York, terminou o dia perdendo mais de 3% e pressionando as agrícolas de uma forma geral. O barril encerrou os negócios da segunda-feira na bolsa norte-americano na casa dos US$ 35,00.