Dólar inverte e opera em alta, de olho no fiscal; Ibovespa oscila

Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won
Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won
O dólar inverteu o sinal negativo visto na abertura da sessão e opera em alta nesta sexta-feira (13). Investidores continuam a monitorar o noticiário doméstico, em meio às preocupações com a desidratação do pacote fiscal do governo no Congresso Nacional e diante das novas mudanças da reforma tributária. (Saiba mais abaixo)
Além disso, a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual (p.p.), continua a pesar no mercado, principalmente após a sinalização de uma condução mais dura dos juros à frente por parte do Banco Central do Brasil (BC).
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, opera com volatilidade.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,69%, cotado a R$ 6,0091.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 1,02% na semana
- alta de 0,14% no mês;
- avanço de 23,84% no ano.
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,01%, aos 126.059 pontos.
Na véspera, o índice caiu 2,74%, aos 126.042 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- avanço de 0,08% na semana
- alta de 0,30% no mês;
- recuo de 6,07% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Os sinais de que o pacote fiscal recentemente anunciado pelo Governo Federal pode enfrentar resistências continuam a trazer preocupações no mercado.
Emendas parlamentares são verbas pagas pelo governo para deputados e senadores financiarem obras em seus estados.
O STF entendeu que era preciso dar mais transparência ao processo, desde a identificação do parlamentar que destina a verba até o rastreamento de onde o dinheiro está sendo aplicado.
Mas o Congresso não gostou das regras e viu na ação do STF uma interferência no Legislativo, orquestrada com o governo.
Com isso, a Câmara não analisou nesta semana, ao contrário do que queria o governo, o pacote de ajuste fiscal, uma das prioridades do Palácio do Planalto para este fim de ano.
Na tentativa de contornar o atrito, o governo publicou uma portaria na quarta-feira para orientar o pagamento de emendas de uma forma que — na visão do governo — não desobedeça as regras do STF nem desagrade os parlamentares.
Por isso as portarias trazem interpretações do governo para as regras do STF. A expectativa é que o governo libere R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares para o Congresso até esta sexta (13).
Além disso, outro ponto que continua a pesar nos mercados é a quantidade de mudanças que o Senado tem feito na reforma tributária — o que tem elevado as estimativas para o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
Se esta alíquota superar 26,5%, o governo federal deverá enviar um projeto ao Congresso para adequar a tributação a esse patamar
Por fim, a última decisão do Copom, que elevou a taxa básica para 12,25% ao ano, também segue no radar dos investidores, em meio à leitura que os juros elevados penalizam mais alguns setores do que outros — o que pode penalizar algumas ações na bolsa de valores brasileira.
No exterior, o foco fica com a divulgação de novos indicadores econômicos nos Estados Unidos e na Europa.