Dólar chega a R$ 6,09, mas passa a cair após leilão de dólares pelo BC; Ibovespa oscila

Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won
Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won
O dólar abriu o pregão em forte alta nesta segunda-feira (16), chegando a R$ 6,09. O Banco Central realizou um leilão além do que estava programado para ajudar a conter a sequência recente de altas.
Na sexta-feira (13), o BC havia anunciado um leilão de até US$ 3 bilhões com compromisso de recompra. Nessa modalidade, chamada de leilão de linha, os recursos retornam posteriormente para as reservas internacionais.
Entretanto, antes mesmo desse leilão, marcado para as 10h20, a autoridade monetária anunciou um leilão de divisas no mercado à vista, ou seja, sem o retorno dos dólares para as reservas.
Nesse leilão, que aconteceu por conta das 9h30, foram vendidos US$ 1,63 bilhão ao mercado financeiro. A medida levou a cotação de volta para a casa dos R$ 6,05.
Além da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na terça-feira, espera-se também a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para definição das novas taxas de juros americanas. Na quinta, sai o relatório trimestral de inflação.
Ainda no cenário doméstico, investidores continuaram a monitorar o noticiário, em meio às preocupações com a desidratação do pacote fiscal do governo no Congresso Nacional.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, abriu oscilando sem direção definida.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Às 10h15, o dólar operava em queda de 0,09%, cotado a R$ 6,0290. Na máxima, chegou a R$ 6,0980. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,43%, cotado a R$ 6,0347.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,60% na semana
- alta de 0,57% no mês;
- avanço de 24,36% no ano.
No mesmo horário, o Ibovespa operava em alta de 0,03%, aos 124.714 pontos.
Na sexta, o índice caiu 1,13%, aos 124.612 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 1,06% na semana;
- perda de 0,84% no mês;
- recuo de 7,13% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
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Para este ano, a projeção do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 4,84% para 4,89% da semana passada para essa. Com isso, segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%.
A meta central de inflação é de 3% neste ano – e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano. Segundo analistas, o aumento de gastos públicos é um fator que tem pesado para o aumento das projeções de inflação.
Para 2025, a estimativa de inflação subiu novamente na semana passada, avançando de 4,59% para 4,60%, também acima do teto de 4,50%. Para 2026, a expectativa permaneceu em 4%.
Os economistas do mercado financeiro também passaram a prever um aumento maior da taxa básica de juros da economia brasileira nos próximos anos. Na semana passada, o BC elevou os juros pela terceira vez, para 12,25% ao ano e indicou que deve subir a taxa novamente no começo de 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção do mercado para o juro básico da economia subiu de 13,5% para 14% ao ano. Para o fim de 2026, o mercado financeiro elevou a projeção de 11% para 11,25% ao ano.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado subiu de 3,39% para 3,42%. Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro subiu de 2% para 2,01%.
No exterior, o foco ficou com a divulgação de novos indicadores econômicos nos Estados Unidos e na Europa.
Os futuros dos principais índices de Wall Street subiam nesta segunda-feira, com os investidores à espera de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve nesta semana, bem como a divulgação de dados que darãos as pistas de quais serão os passos do BC americano no ano que vem.
“O foco principal será o Fed, que deve cortar os juros em 25 pontos-base, mas acreditamos que o Fed reduzirá as expectativas de cortes mais adiante”, disseram analistas do SEB.
A última decisão do Fed sobre a taxa de juros no ano ocorrerá na quarta-feira, com os investidores precificando uma chance de mais de 97% de uma redução de 0,25 ponto percentual nos juros, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reafirmou que reduzirá ainda mais as taxas de juros se a inflação continuar a se aproximar de sua meta de 2%, já que não é mais necessário restringir o crescimento econômico.
O BCE já cortou as taxas de juros quatro vezes este ano e os investidores estão apostando em um afrouxamento ainda maior da em 2025, já que os temores com a inflação desapareceram em grande parte e o crescimento econômico anêmico é agora uma preocupação maior.
“Se os dados que estão chegando continuarem a confirmar nosso cenário básico, a direção da viagem é clara e esperamos reduzir ainda mais as taxas de juros”, disse Lagarde em um discurso em Vilnius.