Dólar opera em baixa, com cenário geopolítico global no radar e à espera de novos dados econômicos

Notas de dólar. — Foto: Luisa Gonzalez/ Reuters

Notas de dólar. — Foto: Luisa Gonzalez/ Reuters

O dólar opera em baixa nesta segunda-feira (24), com investidores de olho nas notícias mais recentes do cenário geopolítico internacional, iniciando uma semana que conta com uma agenda repleta de importantes dados econômicos. Por volta das 9h30, a moeda era negociada a R$ 5,71.

Ao longo da semana, dados de inflação, mercado de trabalho e atividade econômica serão divulgados no Brasil e nos Estados Unidos. Esses números serão observados com atenção porque podem trazer pistas sobre os próximos passos dos bancos centrais dos dois países na condução dos juros.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3 opera em leve alta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

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Na última sexta-feira, a moeda americana teve alta de 0,46%%, cotada a R$ 5,7305.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,61% na semana;
  • recuo de 1,83% no mês; e
  • perdas de 7,27% no ano.

No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,01%, aos 127.117 pontos.

Na sexta, o índice teve baixa de 0,37%, aos 127.128 pontos.

Com o resultado, o Ibovespa acumulou:

  • queda de 0,85% na semana;
  • ganho de 0,79% no mês;
  • alta de 5,69% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Depois de uma sexta-feira de alta do dólar e queda das bolsas de valores em nível global por conta da ameaça de um novo coronavírus e com dados da economia norte-americana gerando preocupações, a semana começa com o mercado reagindo a novas notícias do cenário externo.

Completando três anos desde o início da guerra da Rússia na Ucrânia, o mercado enxerga que um acordo de paz pode estar prestes a acontecer, sobretudo após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmar que está disposto a deixar o governo em troca de um fim do conflito.

Zelensky também condicionou uma eventual saída do cargo à entrada da Ucrânia na Otan, a aliança militar ocidental rival da Rússia. Disse ainda que está disposto a sair imediatamente do cargo.

“Se for pela paz na Ucrânia e se realmente quiserem que eu deixe meu cargo, estou pronto para isso. Em segundo lugar, posso trocar isso (a presidência) pela (entrada da Ucrânia na) Otan se houver essa oportunidade”, disse Zelensky em entrevista coletiva à imprensa em Kiev. “Farei isso imediatamente. Não planejo estar no poder por décadas”.

O fim da guerra, além de amenizar os problemas humanitários causados pelo conflito, também pode trazer alívios econômicos para diversas cadeias produtivas. Isso porque a região é uma grande exportadora de grãos, gás e petróleo e o fim do conflito tiraria a pressão sobre os preços destes itens.

Ainda na Europa, os alemães foram às urnas neste domingo e deram a vitória da maioria do parlamento aos conservadores da União Democrática Cristã (CDU). A derrota do partido que tinha o poder, os Social Democratas, foi influenciada por questões econômicas, em meio a uma inflação alta e a economia estagnada.

Essas eleições foram convocadas em dezembro do ano passado, antecipadamente, por conta de uma crise que colapsou o governo anterior, de Olaf Scholz.

Em novembro, ele demitiu seu ministro das Finanças, que é liberal, após discordâncias sobre a política econômica. Em protesto, os outros ministros liberais do governo anunciaram renúncia ao governo, deixando o gabinete de Scholz sem maioria no Parlamento Federal, o Bundestag, o que, na prática, tornou seu governo inviável.

Para além do cenário geopolítico, a semana também é marcada pela divulgação de importantes dados econômicos, que podem guiar o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em suas próximas decisões sobre as taxas de juros nos dois países.

No Brasil, nesta terça-feira (25), o IBGE divulga o IPCA-15 de fevereiro, prévia da inflação oficial. Na quarta (26) e na quinta (27), novos dados do mercado de trabalho serão divulgados.

Já nos EUA, os destaques ficam com o PIB do quarto trimestre e números de desemprego na quinta e novos dados de inflação na sexta (28).