Soja: Mercado sobe em Chicago e, ao lado do dólar, puxa preços no Brasil nesta 5ª feira
Boas notícias chegaram do front da demanda nesta quinta-feira (15) e permitiram uma recuperação dos preços na Bolsa de Chicago. Depois de começarem o dia operando com estabilidade e em campo negativo, as cotações passaram para o lado positivo da tabela e terminaram a sessão conseguindo registrar alguns ganhos após baixas consecutivas.
As posições mais negociadas subiram entre 3,50 e 5,25 pontos, com o vencimento janeiro/17 valendo US$ 10,29, e o maio/17, referência para a safra brasileira, US$ 10,46 por bushel.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de soja para a China de 132 mil toneladas da safra 2016/17, além de trazer outro boletim semanal de vendas para exportação com números muito fortes e que, largamente, superaram as expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 8 de dezembro, os EUA venderam 2.404,9 milhões de toneladas da oleaginosa em grão – sendo 2.008,4 milhões da safra 2016/17 e mais 396,5 mil da 2017/18 – enquanto os traders projetavam algo entre 1,3 milhão e 1,9 milhão de toneladas. A nação asiática segue como principal destino da commodity americana. Com esse volume, o total acumulado na temporada presente é de 45.098,3 milhões de toneladas, contra 34.913,1 milhões de toneladas da temporada anterior, neste mesmo período. Assim, das 55,79 milhões de toneladas estimadas para exportação, já há 80,83% comprometidos.
Os números dos derivados de soja também foram positivos na última semana. Foram vendidas também mais 200,2 mil toneladas de farelo de soja, sendo 200 mil da safra atual e 200 da safra nova, com um volume dentro das expectativas de 100 mil a 300 mil toneladas. Os maiores volumes foram adquiridos pelo México e República Dominicana.
Já as vendas de óleo de soja superaram o esperado pelo mercado – de 10 mil a 40 mil toneladas – e somaram 40,8 mil toneladas, com 40,3 mil da temporada 2016/17 e mais 500 da 2017/18. Coreia do Sul e México se configuraram como os principais destinos.
“Os futuros da soja voltaram a subir após as compras da China e as vendas americanas acima das expectativas”, disse o analista internacional Bob Burgdorfer, do portal Farm Futures. O que limitou os ganhos, no entanto, foi o dólar index no cenário internacional, ainda de acordo com o executivo.
Após a alta da taxa de juros nos EUA, anunciada nesta quarta-feira (14) pelo Federal Reserve, a divisa tomou força e o dollar index encerrou o dia subindo mais de 1%, renovando suas máximas em 14 anos, pressionando não só a soja, mas também os demais grãos negociados na Bolsa de Chicago e as outras commodities agrícolas. O café, em Nova York, por exemplo, cedeu mais de 1% nesta quinta.
Dólar no Brasil e mercado interno
Assim, o dólar subiu no Brasil também. Frente ao real, a moeda americana encerrou o dia com um ganho superior a 1% e buscando, novamente, o patamar dos R$ 3,40. No encerramento, o dólar foi a R$ 3,3713. “O mercado não estava preparado para a indicação de três altas de juros no próximo ano e isso obrigava uma correção”, disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado à agência de notícias Reuters.
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Os preços da soja brasileira, portanto, acompanharam o movimento positivo das cotações em Chicgo e mais o dólar e, nos portos, os ganhos passaram de 1%. No terminal de Paranaguá registrou alta de 1,28% no disponível e de 1,27% no mercado futuro para, respectivamente, R$ 79,00 e R$ 80,00 por saca. Já em Rio Grande, o produto disponível foi a R$ 81,00, subindo 3,18%, enquanto o futuro reagiu 1,21% para R$ 83,50.