Argentina e EUA lideram as quedas entre as principais bolsas globais, enquanto Europa e países emergentes sobem
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/8/D/g1Z5UmSZS3kAMdTGR5yg/2025-02-04t143843z-1-lynxmpel130k7-rtroptp-4-wallst-abre.jpg)
Operadores na bolsa de valores de Nova York. — Foto: Brendan McDermid/ Reuters
Operadores na bolsa de valores de Nova York. — Foto: Brendan McDermid/ Reuters
A maioria das principais bolsas de valores globais acumulam fortes altas nos primeiros meses de 2025, enquanto os principais mercados dos Estados Unidos e Argentina registram as maiores quedas no mesmo período.
A baixa mais expressiva é a do S&P Merval, principal índice acionário da bolsa argentina. Houve um recuo de 14,74% do início do ano até a última quinta-feira (13) — considerando a rentabilidade já dolarizada, para facilitar a comparação com o desempenho de outros mercados.
LEIA TAMBÉM
Na contramão, a maior alta no período, de 31,36%, foi registrada pelo Euro Stoxx 50, índice que reúne as ações de algumas das maiores empresas da Zona do Euro.
As bolsas de outros países da Europa e nações emergentes, como China, México e Chile, também viveram uma temporada positiva até aqui. E o Brasil está nesse grupo. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, acumula um avanço de 11,26% nos primeiros meses de 2025.
Veja o desempenho de cada uma das bolsas de valores na tabela a seguir:
Rentabilidade das principais bolsas de valores do mundo em 2025 (
Índice acionário | País | Rentabilidade |
Euro Stoxx 50 | Zona do Euro | 31,36% |
MSCI Colcap | Colômbia | 27,19% |
FTSE China | China | 18,26% |
IPSA | Chile | 18,17% |
DAX | Alemanha | 18,16% |
Hang Seng | Hong Kong (China) | 17,93% |
FTSMIB | Itália | 15,99% |
IBEX | Espanha | 15,38% |
CAC 40 | França | 12,46% |
Ibovespa | Brasil | 11,26% |
PSI | Portugal | 9,99% |
FTSE 100 | Inglaterra | 8,49% |
IPyC | México | 8,43% |
BEL20 | Bélgica | 6,79% |
AEX | Holanda | 6,64% |
SP/BVL General | Peru | 3,25% |
Nikkei 225 | Japão | -2,15% |
Dow Jones | EUA | -4,07% |
S&P 500 | EUA | -6,12% |
Nasdaq | EUA | -10,40% |
S&P Merval | Argentina | -14,74% |

Trump ameaça impor mais tarifas após retaliação de UE e Canadá
O que explica esses movimentos?
O levantamento da Elos Ayta ainda revela que as bolsas dos EUA já perderam mais de US$ 4 trilhões em valor de mercado desde a posse do presidente Donald Trump, em 20 de janeiro. Segundo Einar Rivero, o pessimismo com os mercados americanos reflete as “incertezas sobre a condução da política fiscal e monetária, além de pressões inflacionárias persistentes”.
Os EUA vivem um período de inflação elevada já há alguns anos, após a recuperação da economia depois das paralisações pela pandemia de Covid-19. O aumento no consumo da população é impulsionado por um mercado de trabalho resiliente, que segue mantendo a atividade econômica aquecida.
Além disso, a política tarifária de Trump, que impôs uma série de taxas de importação sobre diversos itens e países, eleva a preocupação de que, com os produtos chegando mais caros aos EUA, a inflação ao consumidor possa continuar elevada.
Essa percepção gerou uma cautela com a economia americana, com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deva demorar mais para reduzir suas taxas de juros ou, até mesmo, possa voltar a elevá-las em alguns meses. Juros maiores encarecem a tomada de crédito pela população e tendem a reduzir o consumo no país, o que pode impactar a atividade econômica.
Já na Argentina, a queda da bolsa de valores é reflexo de uma “política econômica agressiva do presidente Javier Milei, que tenta controlar a inflação e reequilibrar as contas públicas”, pontua Rivero.