Soja fecha com baixas de dois dígitos em Chicago nesta 5ª feira com liquidação de posições
A quinta-feira (10) foi de liquidação de posições por parte dos fundos investidores no mercado internacional da soja. Assim, as cotações da oleaginosa fecharam o dia perderam mais de 16 pontos nos principais contratos.
Com isso, o vencimento janeiro perdeu o patamar dos US$ 9,00 por bushel e ficou em US$ 8,95. O maio/19, que é importante referência para a safra do Brasil, terminou os negócios com US$ 9,20 por bushel.
Segundo explicou o analista de mercado Cristiano Palavro, da ARC Mercosul, o mercado se valeu das últimas altas para realizar lucros, além de ainda aguardar – com cautela – por informações mais consistentes sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos. A confirmação de que os chineses estariam, de fato, fazendo compras no mercado norte-americano e de que ambos os países estariam mais próximos de um acordo ainda não chegou e essa ausência de novidades pressiona.
Da mesma forma, a paralisação do governo Trump que também limita as informações relacionadas às exportações norte-americanas é outro fator de limitação também para os preços, ainda segundo o executivo.
Ainda entre as informações que precisam de mais clareza estão aquelas relacionadas à nova safra brasileira de soja. O mercado já precificou parte das perdas observadas no país, porém, como explica Palavro, caso essa quebra se agrave – e os mapas climáticos para os próximos dias são preocupantes – as cotações teriam fôlego para um novo avanço.
E nesta quinta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) trouxe seu novo levantamento de safra mostrando a produção de soja em 118,8 milhões de toneladas, contra consultorias privadas falando em 116 milhões de toneladas, em média e frente a sua última estimativa de 120,06 milhões trazida em dezembro.
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Mercado Brasileiro
No Brasil, as cotações ainda não refletem toda a movimentação que vem sendo observada na Bolsa de Chicago, porém, exige extrema atenção do produtor. A comercialização deverá ser estratégica neste ano de menor produtividade, o dólar mais baixo e volatilidade na CBOT. Neste momento, novos negócios ainda acontecem com baixos volumes e de forma pontual.
Nesta quinta, com as perdas intensas em Chicago, os preços no mercado nacional cederam tanto no interior – com baixas chegando a até 5% – quanto nos portos.
Em Paranaguá, o spot fechou com R$ 76,00 e baixa de 0,91%, enquanto o fevereiro foi a R$ 76,20, com queda de 0,39%. Em Rio Grande, perda de 1,30 no disponível, para R$ 76,00, e de 1,44% para o próximo mês, com a referência em R$ 75,50 por saca.
O dólar subiu 0,78%, fechou com R$ 3,7091 na venda, mas o movimento foi insuficiente para dar suporte às cotações no Brasil. A moeda americana corrigiu as últimas baixas, mas deve seguir volátil, segundo especialistas.
“A saída foi expressiva e fez um movimento brusco no dólar”, comentou um gestor de derivativos de um banco estrangeiro à Reuters ao citar algo em torno de 1 bilhão de dólares.
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