Chicago: Após menores patamares desde maio, soja inverte o sinal e testa leves altas
O mercado da soja tem uma segunda-feira agitada e de volatilidade nesta 5 de agosto. O dia começou com o mercado sentindo a pressão intensa da escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos, perdendo mais de 10 pontos e testando seus patamares mais baixos desde o final de maio. Na sequência, por volta de 12h15 (horário de Brasília), o mercado já mudava de direção e subia pouco mais de 1 ponto entre os principais contratos.
Os traders optam, segundo explicam analistas e consultores internacionais, por uma ligeira correção nos preços e uma manutenção de patamares importantes para as cotações diante, principalmente, das incertezas ainda rondando a nova safra norte-americana de grãos.
“Eu continuo impressionado com a performance do setor de commodities hoje diante das manchetes sobre a China”, diz, no Twitter, o economista chefe de commodities da INTL FCStone, Arlan Suderman.
“Os traders estão preocupados com a possibilidade de que a China cancele volumes de soja já comprados, mas ainda não embarcados nos EUA depois da última escalada das tensões comerciais”, acreditam os analistas da consultoria internacional Allendale, Inc.
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Assim, o contrato novembro/19, principal indicador do momento e referência para a safra dos EUA, vinha cotado a US$ 8,71 por bushel. “Eu acredito que de hoj e a 12 de agosto, quando chega o novo boletim do USDA, seja difícil o novembro operar abaixo de US$ 8,50”, diz Ênio Fernandes, consultor em agronegócio da Terra Agronegócios. “Isso porque não há sinalização da safra americana, qualquer coisa seria um chute”, completa.
Na mínima do dia, até esse momento, a posição bateu nos US$ 8,54 por bushel.
Ainda nesta segunda, o mercado se atenta ao novo boletim semanal de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz às 17h (horário de Brasília). A exepctativa dos traders é de que o índice de lavouras em boas ou excelentes condições em 54%.
Nos modelos atualizados no meio do dia, os mapas climáticos sinalizam temperaturas mais altas podendo trazer problemas para os campos norte-americanos, principalmente os de milho. E assim, os futuros do cereal, que também recuavam, agora sobem mais de 1% na CBOT.
O contrato maio 2020, referência para a nova safra do Brasil, tinha US$ 9,06, por volta de 12h30 (Brasília).
Segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a China comprou mais de 500 mil toneladas de soja brasileira na semana passada e permitiu bons avanços dos preços no mercado nacional. No início dos negócios desta segunda, alguns indicativos na casa dos R$ 81,00 por saca já começam a aparecer, mas sem muitos volumes ainda sendo comercializados efetivamente.