Soja tem nova sessão de baixas em Chicago, enquanto dólar alto ainda é diferencial no BR

O mercado da soja fechou o pregão desta quarta-feira (15), mais uma vez, em campo negativo e perdendo entre 3,75 e 5,75 pontos nos principais vencimentos, com o maio valendo US$ 8,42, o julho US$ 8,51 e o agosto, US$ 8,54 por bushel.
Nos EUA, a maior pressão sobre as cotações continua vindo da falta de demanda pelo produto norte-americano e os preços já registram suas mínimas em quase um mês. As baixas de 2% no mercado do milho – pela mesma preocupação – também pesaram sobre o mercado da oleaginosa.
“A soja continua sentindo a pressão de preocupações com a demanda, principalmente no setor de rações”, explicam os analistas de mercado do portal internacional Farm Futures.
Para o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, o atual cenário poderia, inclusive, fazer o mercado perder o patamar dos US$ 8,00 por bushel até meados de maio. No link abaixo, confira a íntegra de sua entrevista ao Notícias Agrícolas:
>> Mercado da soja em Chicago pode perder patamar dos US$ 8,00/bushel até meados de maio
PREÇOS NO BRASIL

No Brasil, o dólar voltou a subir, fechou com alta de 1% e valendo R$ 5,24, sendo o principal motivador de preços estáveis no mercado nacional, como já vem acontecendo. Nos portos, os preços se mantêm na casa dos R$ 100,00 por saca.
Os negócios, todavia, são mais pontuais do que há algumas semanas, quando o produtor brasileiro já tem cerca de 80% da sua safra atual vendida e 35% quando se trata da temporada 2020/21.
“Especificamente para o Brasil, o cenário continua positivo para as exportações de soja e milho e o dólar deve continuar oferecendo suporte, ainda mais agora que, infelizmente, o surto do Covid-19 começa a aparecer em números oficiais no país”, explica Steve Cachia, consultor de mercado da AgroCulte e da Cerealpar.
Além do dólar – que voltou a operar acima de R$ 5,20 nesta semana e acumula uma alta considerável em todo o ano – o forte ritmo das vendas antecipadas veio ainda das boas relações de troca para os produtores brasileiros. E isso vale tanto para a safra nova, quanto se deu para a temporada 2019/20.
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