Soja tem altas expressivas em Chicago, apoiada em estoque americano baixo e atraso no plantio em outros países
As cotações dos principais contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalhavam com altas expressivas na tarde desta terça-feira (6), variando entre 14,50 pontos a 22 pontos por volta das 11h20 (horário de Brasília.
O vencimento Novembro/20 operava com valorização de 22,00 pontos, chegando a US$ 10,43/bushel, alta de 19,75 pontos para o Janeiro/21, com preço de US$ 10,44/bushel. O contrato Maio/21 teve avanço de 15,50 pontos, valendo US$ 10,33/bushel, e o Julho/21 aumentou 14,50 pontos, atingindo US$ 10,36/bushel.
De acordo com o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, apesar do ritmo acelerado do processo de colheita da oleaginosa nos Estados Unidos, com 38% das áreas já colhidas, conforme informação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), este movimento não pressiona as cotações para baixo.
“Isso porque a China comprou muito nas últimas semanas e há indicativos de que o país asiático deva retornar do feriadão com mais apetite pelo produto americano, já que há atraso no plantio da soja na América do Sul, incluindo o Brasil”, disse.
Segundo ele, o Brasil não deve ter a soja colhida em janeiro/início de fevereiro, sendo portanto necessário os chineses buscarem a garantia de abastecimento junto ao mercado americano.
“Vai haver essa demanda, mas o USDA confirmou na semana passada em relatório relatório que o estoque de soja americano estábaixo. Esta semana o Departamento divulga o relatório de oferta e demanda mensal, que vai confirmar demanda maior pelo produto americano para exportação, maior demanda mundial pela oleaginosa e estoques, tanto americanos como no restante do mundo, baixos”, explicou.
Há ainda o temor dos sojicultores argentinos, grandes produtores e exportadores, com o fenômeno La Niña que pode provocar escassez de chuva sobre as lavouras este ano. “Isso contribui para o fôlego nas cotações em Chicago e mantém o mercado firme”, disse o consultor.
MERCADO INTERNO
Conforme explica Brandalizze, os negócios para a soja estão lentos no Brasil no momento porque houve uma calmaria no dólar. Os níveis de preço da oleaginosa no porto disponível estão em cerca de R$ 150,00, R$ 152,00, R$ 153,00 por saca, mas não há vendedores participando do mercado no momento.
“Os patamares do mercado no interior trabalham hoje nas indústrias do sul do Brasil e de parte do sudeste na faixa de R$ 160,00 a saca, também chegando a este valor em algumas indústrias do centro-oeste do país”.