Soja para agosto nos portos do BR dão chances de até R$ 184; Chicago sobe nesta 4ª feira

Os preços da soja terminaram o pregão desta quarta-feira (14) com boas altas sendo registradas nos principais vencimentos, principalmente levando os primeiros contratos de volta ao patamar dos US$ 14,00 por bushel. “Tivemos um mercado refletindo fundamentos já consolidados. Temos estoques apertados no mundo, que se somam a uma demanda firme, apesar de preocupações com a China, e uma safra brasileira que, apesar de grande, já tem grande parte do seu volume já negociado”, explica o diretor da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro.
Assim, as posições mais negociadas finalizaram o dia com altas de 12,75 a 20,50 pontos, com o maio sendo cotado a US$ 14,10 e o setembro, já começando a refletir a nova safra norte-americana, valendo US$ 12,96 por bushel.
O mercado também monitora o início da nova safra norte-americana, as perspectivas de área – ainda menores do que as expectativas do mercado – as condições de clima e o ritmo dos trabalhos de campo. No entanto, ainda segundo Palavro, a temporada está apenas começando e ainda sem exercer uma pressão muito severa sobre o andamento das cotações na CBOT, principalmente frente a uma relação atual muito apertada entre oferta e demanda.
“Não vejo riscos para a demanda global puxados pela demanda da China. Não vejo que a China continuará perdendo demanda. Os preços acabam tendenciando um racionamento da demanda, mas acredito que eles precisarão subir um pouco mais para que isso se concretize com mais intensidade”, explica o diretor da Pátria.

Dessa forma, o analista acredita que os contratos mais longos devem trabalhar de forma a se aproximarem mais dos vencimentos mais curtos, justamente na necessidade de refletirem o atual quadro de estoques ajustados enquanto a demanda segue crescendo.
Um dos impulsos para os preços da soja veio também dos derivados e, nesta quarta, mais especificamente do óleo, que subia mais de 2% na tarde de hoje. As primeiras posições já operavam acima dos 54 centavos de dólar por libra-peso. No farelo de soja, as cotações também avançavam e registravam ganhos próximos a 1% na CBOT.
A demanda por óleos vegetais segue forte, enquanto a oferta ainda é limitada depois das perdas nas safras de matérias-primas na última temporada, como palma na Ásia, girassol na Europa, e canola no Canadá, além da soja na Argentina e nos Estados Unidos. Com isso, os preços nao só do óleo de soja, mas também de outros registram preços historicamente elevados.
No mercado brasileiro, as cotações da soja permanecem altas e bastante remuneradoras, ainda oferecendo boas oportunidades de negócios aos produtores. Parte disso vem do mercado cambial, com o dólar ainda em alta e com sinalizações de manutenção dos atuais patamares. “O produtor brasileiro deve sentir um mercado ainda firme para sua soja e com um 2022 ainda bastante promissor”, afirma Cristiano Palavro.
As referências para a soja nos portos do Brasil, portanto, vêm registrando alguns de seus melhores momentos, com a posição agosto para a safra 2020/21, por exemplo, dando chance de até R$ 184,00 por saca, relata Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.