Advogado de Trump foi convidado para encontro na Rússia, diz jornal
Foram dois convites. Um para uma conferência de negócios e outro para discutir a construção de uma torre de luxo em Moscou. Donald Trump e suas empresas estiveram em contato com executivos e políticos russos em pelo menos duas ocasiões até agora desconhecidas por autoridades americanas, que investigam a interferência russa na eleição à Casa Branca. De acordo com o jornal “Washington Post”, documentos recém-entregues pela equipe do presidente americano à Procuradoria revelam que esses dois episódios aconteceram já numa fase avançada de sua campanha. Um advogado e confidente de Trump, Michael Cohen foi o alvo desses contatos. Ele foi convidado para uma conferência em São Petersburgo, com a promessa de que poderia até se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, e também tratou, há dois anos, de discussões sobre uma torre a ser construída na capital daquele país por empresas do futuro presidente. Esta última proposta foi a segunda do tipo recebida por Trump durante a campanha. O presidente americano negou repetidas vezes que tenha interesses financeiros na Rússia. Em julho do ano passado, antes da eleição, Trump tuitou que tinha “zero investimentos” naquele país, mas a mais recente revelação põe em dúvida esse discurso. Nas semanas antes e depois de sua indicação para concorrer à Casa Branca pelo Partido Republicano, seu filho, seu genro, o diretor de sua campanha, assessores de relações internacionais e agora também seu advogado todos tiveram algum tipo de contato com agentes russos. Em nota, Cohen disse que recusou o convite para a conferência em São Petersburgo e que nunca foi à Rússia. Um dirigente das empresas de Trump, Alan Garten também disse ao “Washington Post” que é “não é incomum” que terceiros entrem em contato com o grupo do presidente para oportunidades de negócios imobiliários, mas ressaltou que “um percentual bem pequeno” das propostas acaba sendo levado adiante. Trump chegou a assinar um documento se comprometendo a desenvolver o projeto em 2015, mas depois voltou atrás na época da eleição.