Agência Lupa: Catalunha x Espanha: o que é verdadeiro e o que é falso em meio à crise?

Se a independência for declarada, catalães poderão usar o euro? A dívida pública da região é maior do que seu PIB? * Convocar um plebiscito não é delito. Está previsto na lei que o Congresso aprovou em 2006 JORDI TURULL porta-voz do governo catalão, no dia 5/9 VERDADEIRO, MAS Em 2005, durante o mandato do presidente do governo José Luis Rodríguez Zapatero, o Congresso espanhol retirou do Código Penal os artigos que estabeleciam penas de prisão para as autoridades que, sem ter a competência legal para isso, convocassem processos eleitorais ou consultas públicas via plebiscito. Mas ainda permanecem outros artigos da lei que permitiriam acusar quem convoca referendo de desobediência e prevaricação. 80% dos catalães querem votar ADA COLAU prefeita de Barcelona, em ato público realizado no dia 24/9 VERDADEIRO, MAS No dia 24 de setembro, o jornal espanhol “El País” publicou uma pesquisa feita pelo Metroscopia sobre o referendo e detectou que 82% dos catalães concordavam com a realização de uma votação pactuada com o governo central. Mas outras pesquisas mostraram cifras bem inferiores a essa. Levantamento feito pelo Centre d’Estudis d’Opinion (CEO) e publicada em julho indicou que 23,4% dos entrevistados apoiavam a ideia de um referendo pactuado com o Estado. Outros 48% apoiavam a consulta, mesmo se ela fosse feita de forma unilateral. Somando os dois dados, chegava-se a 71,4%. Outra pesquisa realizada pela GAD 3 pouco antes chegou a um total de 71,7%. Os Mossos d’Esquadra só obedecem a ordens da Generalitat ANNA GABRIEL deputada pelo CUP, em entrevista concedida à Europa Press em 10/9 FALSO A lei que regulamenta a atividade dos policiais da Catalunha, chamados Mossos d’Esquadra, é clara. Define o grupo como “um serviço da Generalitat” e estabelece que seu dever é para manter o bem-estar social da comunidade. Ela deixa claro, no entanto, que os Mossos também atuam como polícia judicial. Devem, portanto, obedecer às ordens dos juízes. No último fim de semana, a Polícia Nacional espanhola foi chamada a atuar na Catalunha ante a oposição dos Mossos. A Catalunha poderá usar o euro CARLES PUIGDEMONT presidente da Generalitat da Catalunha em 13/9 na TV3 VERDADEIRO, MAS Não há nenhum empecilho formal estabelecido em leis. Atualmente, há Estados que não estão dentro da União Europeia e, mesmo assim, adotam o euro como moeda oficial. Isso acontece com o consentimento do bloco no caso de San Marino, Mônaco, Andorra e Vaticano. Esses Estados também estão autorizados a emitir moeda. Mas há outros Estados que adotam o euro de forma unilateral, ou seja, sem a autorização da União Europeia. É o caso de Kosovo e Montenegro. Esses dois países não podem se beneficiar das políticas criadas pelo Banco Central Europeu. A proposta do referendo foi inventada pelo partido socialista na Catalunha Pablo Iglesias secretário geral do Podemos, em entrevista ao canal de TV LaSexta em 19/9 VERDADEIRO Em 2012, nas eleições regionais da Catalunha, o PSC (Partido Socialista Catalão) incluiu em seu programa eleitoral a proposta de um referendo pactuado. Três anos mais tarde, o partido retificou a ideia. Passou a sugerir uma reforma constitucional.