Após teste na Coreia, Xi Jinping defende fim das ‘chamas da guerra’

Em discurso forte, o presidente da China, Xi Jinping, disse neste domingo (3) que a globalização enfrenta incertezas estruturais e que o protecionismo e o egocentrismo estão em ascensão no mundo. Na abertura do fórum empresarial do Brics, ele pregou a necessidade da comunidade internacional superar focos de tensões locais e promover uma abertura tanto comercial quanto diplomática. O discurso do presidente chinês foi feito horas depois da Coreia do Norte ter anunciado que obteve sucesso no teste de uma bomba de hidrogênio. O país oriental tem protagonizado uma crise nos últimos meses com os Estados Unidos e a Rússia. “A paz do mundo foi mantida por mais de metade do século. O mundo, porém, ainda não é pacífico e conflitos ocorrem um após o outro”, disse. Ele ressaltou que é necessário acabar com as “chamas da guerra” e disse que o terrorismo físico e cibernético “criam sombras no mundo”, e, portanto, devem ser enfrentados com vigor pela comunidade internacional. “Nós temos de combater o terrorismo de todas as formas. Os terroristas não terão mais espaço”, disse. O discurso do presidente chinês foi feito no primeiro dia da 9ª Cúpula do Brics, promovida na cidade de Xiamen e cuja abertura oficial será feita na segunda-feira (10). Em sua fala inaugural, ele pregou a necessidade do bloco econômico se reinventar e promover uma maior abertura comercial. Ele também destacou a presença de países como Egito e México na reunião deste ano. A China tem atuado para que outros países emergentes sejam incorporados ao BRICS, mas o movimento tem enfrentado resistência dos demais participantes. “Há um grande número de mercados emergentes que surgiram e estão desempenhado um papel cada vez mais importante nos assuntos internacionais”, afirmou. Segundo ele, o mundo passa atualmente por uma época de ajustamentos, embora não estejam solucionados conflitos armados e a fome mundial. “Nós podemos dizer que a lei da selva e o jogo da soma zero não fazem parte da lógica dos nossos tempos”, disse. O chinês destacou ainda que o mundo ainda não conseguiu superar totalmente a crise econômica de 2008, já que a rota do crescimento econômico não retornou ao seu patamar original. “A economia mundial ainda não saiu do ajustamento marcado pelo crescimento fraco”, disse. Para ele, a resposta para o atual momento não está em retornar a uma grande velocidade de crescimento, mas identificar novos caminhos de desenvolvimento.