Atrasos preocupam Odepa para realização do Pan-2019, em Lima
A menos de dois anos de seu início, os Jogos Pan-Americanos de Lima são motivo de grande apreensão para o chileno Neven Ilic, presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana). Os organizadores do evento têm inúmeros atrasos em obras importantes, como a Vila Pan-Americana, cuja pedra fundamental foi lançada apenas na quarta-feira (13). A instalação ficará ao sul da capital peruana, no distrito de Villa El Salvador. Segundo o presidente do comitê organizador do Pan, Carlos Neuhaus, a obra custará cerca de R$ 300 milhões e ficará pronta em fevereiro de 2019, cinco meses antes da abertura da competição (entre 26 de julho e 11 de agosto). O prazo é bastante apertado na visão de Ilic, que assumiu o comando da Odepa em abril após vitória em eleição em que um de seus concorrentes foi Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e do Comitê Rio-2016. “Atualmente, podemos dizer que os organizadores estão trabalhando muito bem, muito profissionalmente. Mas, obviamente, os prazos ficarão apertados, porque se perdeu um tempo importante, sobretudo quando é necessário fazer obras como construir uma Vila Pan-Americana”, afirmou Ilic, 55, que acumula o cargo de mandatário do Comitê Olímpico do Chile. Além dos problemas de atraso devido à gestão, a condução das obras em Lima foi prejudicada em razão de inundação que ocorreu na cidade em março e deixou inúmeros desabrigados. Na época, partidos políticos pediram que o Peru abrisse mão de sediar o evento e que a Odepa adotasse um plano B. O presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, prontamente rebateu e disse que seria investido “tudo dentro do possível” na organização, porque perder o Pan seria uma “tragédia”. Lima foi eleita para hospedar o Pan em 2013. Apesar do esforço dos peruanos após os problemas de enchentes, Ilic considerou que a situação é delicada. “Há pouco tempo até os Jogos, e isso significa que teremos de ficar em cima, empurrando e ajudando, para que eles aconteçam”, disse. O dirigente chileno está presente a Lima para a sessão do COI (Comitê Olímpico Internacional), que entre outras coisas elegeu Paris e Los Angeles como sede dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028, respectivamente. Ele espera voltar à cidade daqui a dois anos com uma estrutura já erguida, embora saiba que haverá dificuldades até o último momento. “Nunca ficarei tranquilo até que os Jogos Pan-Americanos terminem. Quando eles acabarem, aí sim ficarei calmo. Até lá, estarei preocupado e atento”, comentou. O Pan de Lima deverá receber cerca de 6.500 atletas de mais de 40 países. Para o Brasil, será um termômetro importante na preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano seguinte. Em duas ocasiões o país recebeu a competição: em São Paulo, em 1963, e no Rio de Janeiro, em 2007.