Beneficiário de empresa no país terá de abrir mais dados à Receita até 2018
Em linha com a busca mundial por mais transparência, investidores começam a se adequar à obrigatoriedade de declarar o beneficiário final das empresas brasileiras, segundo advogados. Até o fim de 2018, pessoas físicas que tenham negócios no país precisarão abrir a informação quando exercerem influência e tiverem mais de 25% do capital de uma companhia local. Alguns investidores de fora mostraram preocupação em ter de fornecer seus dados em casos desnecessários, como quando o controle é muito pulverizado, afirma Tatiana Penido, do Mattos Filho. Uma instrução normativa publicada pela Receita Federal em agosto tornou a norma mais clara, diz ela. “Há receio [de investidores], mas a troca de informações vai se tornar comum. Não vejo uma movimentação contrária”, diz Tiago Dockhorn, do Machado Meyer. “Nós conhecemos grupos que já decidiram não atualizar seus dados. Caso a Receita aplique as penalidades previstas [de cancelar os CNPJs irregulares], prevemos contestações na Justiça”, diz Ramon Castilho, do Souza Cescon. Além de trazer maior transparência, a medida também reduzirá as despesas em processos de investigação de ativos, afirma Aldo Moscardini, sócio da Localize, do setor. “Quando é preciso quebrar a estrutura de offshores, há gastos adicionais como advogados estrangeiros, que podem chegar a R$ 1 milhão.” * Empresa de comércio na web abre centro de distribuição O Mercado Livre testa, em forma de piloto, um centro logístico para armazenar e despachar produtos dos vendedores que usam a plataforma. O armazém fica em Louveira (SP), afirma Stelleo Tolda, diretor de operações da empresa. A área tem 50 mil m², mas uma parte pequena é usada hoje, pois a operação ainda está no início. “[É um serviço] para clientes que têm porte, que até podem ter um pequeno local para distribuição, mas que precisariam contratar segurança e responsáveis por receber mercadorias e cuja operação não justifica isso.” Para poder usar o galpão, um vendedor deve fazer ao menos cem transações por dia, diz ele. Um setor que deverá ter muitos usuários do serviço é o de autopeças. “Essas empresas comprarão produtos de fornecedores delas e mandarão entregar em Louveira. Nós vamos receber, e à medida que os bens são vendidos, saem de lá com custo menor, porque faremos isso para muita gente.” O Mercado Livre também testa ofertar crédito para capital de giro a seus parceiros. Como os clientes deles recebem pelo Mercado Pago, solução de pagamento da plataforma, a quitação acontece antes de o dinheiro chegar ao bolso do vendedor. EM NÚMEROS – Resultados do Mercado Livre nos últimos anos * Novo Inovar-Auto terá fundo para inovação à prova de ajustes fiscais O Rota 2030, política industrial que substituirá o Inovar-Auto, deverá criar um fundo para inovação cujos recursos não possam sofrer cortes de orçamento, segundo o Mdic (ministério da indústria). A ideia é que as empresas que participarem do novo programa depositem no fundo os valores referentes à contrapartida dos benefícios. O Inovar-Auto já utiliza um fundo nesses moldes, mas que é pouco efetivo. O motivo é que os recursos depositados entram no orçamento e acabam sendo contingenciados, afirma Klaus Curt, presidente da Anip (associação do setor de pneus), que participa das reuniões de elaboração da nova política. “O mecanismo deverá ser mais usado, mas é importante que sua gestão esteja fora do alcance de cortes fiscais.” Ainda não foi definido, porém, como será a administração do fundo previsto no Rota 2030, que, segundo o Mdic, passa por ajustes finais. EM MARCHA LENTA – Recursos depositados por empresas do Inovar-Auto no fundo setorial
Arrecadação, em milhões de R$ * Dobrar a oferta O Vila Velha Hospital, no Espírito Santo, deverá investir R$ 40 milhões de recursos próprios para dobrar de tamanho nos próximos dois anos. Hoje com 247 leitos, a instituição opera com mais de 95% de ocupação. A ideia é construir um novo edifício e chegar a 500 leitos. “A demanda por saúde de alta complexidade tem crescido no Estado”, diz o diretor-presidente, Rommel Grossi. A venda do hospital não é descartada, mas não é o foco atual da empresa, que faturou R$ 135 milhões em 2016 e prevê alta de 10% neste ano. “Frequentemente somos sondados, mas esses grupos querem instituições em dificuldade financeira, para comprar barato”, afirma. * Pesquisa e… A Embrapii, agência de inovação ligada ao governo, vai incorporar nesta quarta (6) mais quatro polos e cinco unidades à sua rede. …desenvolvimento Os projetos dos centros deverão somar R$ 149 milhões em projetos de diferentes áreas, como energia e agroindústria. Pé lá fora A empresa gaúcha de calçados Vinícius Dapper vai abrir uma unidade em Nova York e abrir duas novas lojas até o início de 2018. Debaixo… As vendas do atacado de cama, mesa e banho na 25 de Março, em São Paulo, cresceu 3,5% em agosto, aponta o Sinditecidos. …da coberta A alta mensal foi atribuída à queda da temperatura na cidade, que impulsionou a venda de cobertores e itens mais pesados. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI