Bombardeios israelenses deixam 6 mortos na fronteira entre Líbano e Síria

Moradores observam área da fronteira entre a Síria e o Líbano atingida por bombardeio de Israel, em 27 de novembro de 2024. — Foto: Omar Ibrahim/ Reuters

Moradores observam área da fronteira entre a Síria e o Líbano atingida por bombardeio de Israel, em 27 de novembro de 2024. — Foto: Omar Ibrahim/ Reuters

Seis pessoas morreram em um bombardeio de Israel na fronteira entre o Líbano e a Síria na madrugada desta quarta-feira (27), segundo o Ministério da Defesa sírio. O ataque ocorreu horas antes da entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah acordado na terça-feira (26), ainda de acordo com o ministério.

Entre os mortos, duas pessoas eram soldados sírios, e outras quatro, civis. O Ministério da Defesa sírio afirmou ainda que outras 12 pessoas, incluindo crianças, mulheres e agentes do Crescente Vermelho (como a Cruz Vermelha é chamada em países árabes), ficaram feridas.

“O inimigo israelense lançou uma agressão aérea a partir da direção do território libanês, atacando áreas de fronteira entre Síria e Líbano“, afirmou o ministério em comunicado.

Os postos fronteiriços entre a Síria e o Líbano têm sido alvos de vários ataques desde a eclosão da guerra entre Israel e o Hezbollah, no fim de setembro.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), as mortes ocorreram na passagem fronteiriça de Al Arida, na província de Tartus, e nos pontos de passagem de Dabussiyeh e Jussiyeh, na província de Homs.

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O governo de Israel aprovou um acordo de cessar-fogo com o grupo extremista libanês Hezbollah, nesta terça-feira (26). O tratado envolve a retirada de tropas israelenses do Líbano e o fim da troca de ataques.

O acordo firmado nesta terça-feira foi mediado com a ajuda dos Estados Unidos e propõe uma trégua de pelo menos 60 dias. O governo do Líbano e o Hezbollah concordaram com os termos. Já o Gabinete de Segurança de Israel fez uma reunião para aprovar o tratado.

O acordo tem cinco páginas e é dividido em 13 seções. Confira a seguir os principais pontos:

Pausa na troca de hostilidades

A troca de ataques deve começar cerca de 12 horas após a aprovação oficial do acordo de cessar-fogo. Com isso, é esperado que o tratado entre em vigor a partir de quarta-feira.

Desta forma, as Forças de Defesa de Israel e grupos armados do Líbano vão interromper imediatamente qualquer tipo de operação contra alvos inimigos.

Retirada de tropas de Israel do Líbano

Israel terá 60 dias para retirar todos os militares que estão no sul do Líbano. O governo libanês vinha pressionando para que esta fase fosse concluída antes desse prazo.

Fontes ouvidas pela agência Reuters afirmaram que Israel deve concluir a retirada das tropas em até 30 dias.

Recuo de militantes do Hezbollah na região da fronteira com Israel

Combatentes do Hezbollah deixarão suas posições no sul do Líbano e se moverão em direção ao norte. Em troca, cerca de 5 mil soldados do exército libanês ficarão posicionados na região da fronteira para garantir a segurança no local.

Possibilidade de ataques israelenses em caso de ameaças

Israel recebeu uma garantia de que poderia atacar alvos no Líbano caso ameaças à segurança do país fossem identificadas. Isso inclui a movimentação de armas do Hezbollah.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que ordenará ataques ao Hezbollah se o grupo extremista violar o acordo.

Segundo a agência Reuters, Israel vai usar drones para monitorar movimentos dentro do Líbano. Por outro lado, o governo do Líbano disse que não aprovou nenhuma medida do tipo.

Entrou em vigor agora à noite um cessar-fogo entre Israel e o o grupo libanês Hezbollah

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