Brasil prorroga plantio da soja. Mato Grosso perde R$ 1 bilhão com El Niño

O plantio da safra de verão do Brasil – que alavanca as exportações do agronegócio –está sendo concluído fora do prazo no Centro-Norte, num momento em que estados como o Paraná preparam o início da colheita. O calendário agrícola bagunçado pelo El Niño anuncia perdas substanciais em Mato Grosso, o maior produtor de soja, onde 43% das lavouras estão em condições “péssimas” ou “ruins”, conforme pesquisa envolvendo 400 unidades produtivas.
O atraso no plantio é provocado pela falta de chuva, que vem sendo registrada desde setembro entre o Centro-Oeste e o Centro-Norte. Estados como o Piauí estão plantando metade das lavouras de soja agora, quando a semeadura deveria estar concluída. Maranhão e Tocantins semeiam um terço da soja fora do prazo.
Os dois maiores produtores de grãos do país –Paraná e Mato Grosso – fazem avaliações opostas.
O Paraná, mesmo considerando que o excesso de chuva tende a reduzir a produtividade, avalia que só 1% das plantações estão em condição ruim – outros 12% mostram situação média e a maior parte, 87%, boa. É muito cedo para avaliar perdas, afirma o economista Marcelo Garrido, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Com 5,3 milhões de hectares, o estado espera colher 18 milhões de toneladas.

Já Mato Grosso soltou levamento emergencial que surpreende o mercado. O relatório aponta que 20% da área plantada estão em condição “péssima” e 23% em situação “ruim”. Outros 25% estão em condições “regulares” e apenas 32% ganharam avaliação “boa” ou “excelente”. Com 9,2 milhões de hectares plantados, o estado prevê agora colheita de 28 milhões de toneladas, 1 milhão a menos do que se estimava até novembro.
“A gente sentiu a necessidade de fazer esse levantamento porque alteramos a previsão de safra e desde então as condições não tiveram melhora”, disse o gestor do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca. Durante três dias, quase 400 agentes da cadeia da soja responderam a um questionário digital do Imea.
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