Casal é condenado à prisão por matar e esquartejar zelador em São Paulo
A Justiça de São Paulo condenou nesta quarta-feira (4) a 35 anos e quatro meses de prisão e a 23 anos e quatro meses, respectivamente, o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins e a mulher dele, a advogada Ieda Cristina Cardoso da Silva Martins, pelo assassinato do zelador Jezi Lopes de Souza, 63. Eles ainda foram condenados a 114 dias-multa e 80 dias-multa, respectivamente. O crime aconteceu em maio de 2014 no bairro da Casa Verde, zona norte de São Paulo. Os réus foram condenados em júri popular que começou na última segunda-feira (2) e terminou hoje no Fórum Criminal da Barra Funda. Ao todo, das 37 testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, 11 foram ouvidas –entre policiais civis e militares, parentes da vítima e funcionários do prédio onde o zelador foi morto e onde o publicitário morava. Pela defesa, foram ouvidos funcionários de um prédio onde a advogada trabalhava. Os jurados consideraram os réus culpados pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, destruição e ocultação de cadáver. Na pena do publicitário, foram acrescidas condenações por crimes de porte de arma de fogo e falsificação de documentos públicos. A juíza Flavia Castellar Olivério considerou o crime “quase perfeito”, já que o cadáver só não foi completamente destruído porque policiais chegaram antes até o publicitário. Entre os agravantes de pena, foram apontados o fato de a vítima ser maior de 60 anos, motivo torpe e impossibilidade de defesa. Com isso, os jurados refutaram o pedido da defesa dos réus para que fossem julgados por lesão corporal seguida de morte, e, não, homicídio. À época do crime, o zelador ficou desaparecido por três dias até o corpo ser encontrado esquartejado e com sinais de queimadura na casa do pai de Martins, na Praia Grande, no litoral sul paulista, em 2 de junho de 2014. O casal teve a prisão temporária decretada no mesmo dia. O edifício em que Souza trabalhava, na rua Zanzibar, na Casa Verde, é o local onde ele foi visto pela última vez entregando correspondência –quando foi então filmado pelo sistema de monitoramento do prédio. Segundo as investigações policiais, a vítima foi asfixiada. À época, testemunhas relataram no inquérito que o casal tinha histórico de desentendimentos com Souza. De acordo com o Ministério Público, uma briga na garagem do prédio teria motivado o crime. A VERSÃO DOS RÉUS O publicitário chegou a confessar à polícia que brigou com o zelador, mas afirmou que a morte dele foi acidental: Souza teria batido a cabeça no batente da porta. Ele admitiu ainda que tentou ocultar o cadáver. De acordo com a acusação, ele teria usado um serrote para cortar a vítima e teria tentado queimar as vísceras do zelador. Já a advogada teria tentado encobrir o crime e ocultar o corpo ao auxiliar o marido a colocá-lo na mala e em um carro. O casal nega as imputações. Tato Ieda quanto Martins estão presos preventivamente desde 2014.