China: Importações de soja no acumulado da temporada têm alta de 2,6%
A China importou, em setembro, 7,19 milhões de toneladas de soja. O volume, apesar de ser 1% menor do que o registrado no mesmo período de 2015, superaram as expectativas do mercado que eram de 6 milhões. Além disso, o volume importado no acumulado do ano comercial, de janeiro a setembro – 61,19 milhões de toneladas – apresenta uma alta de 2,6% em relação ao mesmo intervalo da temporada anterior.
Os dados partem da Administração Alfandegária da China. E uma situação semelhante foi registrada nas compras de outras commodities, como petróleo, carvão e ferro. Para outubro, a projeção é de que as compras alcancem as 6,5 milhões de toneladas.
Os dados mostram, mais uma vez, que a demanda chinesa pela commodity segue bastante firme, apesar das especulações sobre a saúde da economia chinesa que ainda ganha a atenção das manchetes internacionais e dos especialistas.
“Acredito que a demanda segue bem firme, bem sustentada, sem nehnhum percalço. E precisamos acompanhar os embarqes nos EUA, agora que a safra nova já está sendo disponibilizada, o que pode resultar em uma aceleração nos embarques”, explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.
Há ainda um bom momento para as margens de esmagamento no país, o que acaba por ser mais um fator de suporte para a demanda. A nação asiática tem buscado, afinal, aumentar cada vez mais suas compras de matéria-prima – como a soja em grão – ao invés de produtos terminados, como farelo e óleo. Números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que da temporada comercial 2014/15 para a atual – 2016/17 – o processamento da oleaginosa na China já registra um aumento superior a 16%, passando de 74,5 milhões para 86,5 milhões de toneladas.
Como explicam ainda analistas da Agrinvest Commodities, outro movimento que vem sendo observado com atenção no cenário da economia chinesa é a situação da moeda local, que continua se desvalorizando frente ao dólar.
“A consequência direta é o encarecimento de produtos importados, como a soja. Por enquanto a desvalorização da moeda não tem sido sentida por importadores chineses, que nesse momento desfrutam de boas margens de esmagamento pela queda no processamento”, explicam os analistas no blog da consultoria.