Coleção traz ‘Perdas & Ganhos’, sucesso editorial da gaúcha Lya Luft
Em tom leve de conversa com o leitor, Lya Luft traz visão pessoal para reflexões sobre a existência humana no livro “Perdas & Ganhos”, um dos maiores fenômenos editoriais brasileiros dos últimos anos, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos. A obra, que segundo a própria escritora não é ficção, nem crônica nem ensaio, chega às bancas no próximo domingo (1º/10) pela Coleção Folha Mulheres na Literatura, que reúne 30 livros por autoras e que transcendem gêneros e épocas. “Cada um dê a esta narrativa o nome que quiser. Para mim é aquela mesma fala no ouvido do leitor, que tanto me agrada e faço em romances ou poemas, um chamado para que ele venha pensar comigo”, escreve Luft, atualmente com 79 anos. A partir do próprio processo de amadurecimento, a escritora convida os leitores a serem cúmplices de seus pensamentos sobre temas como relações familiares e amorosas, criação dos filhos, valor da vida, solidão, efeitos da passagem do tempo, infância e maturidade. “Cada autora vai contribuir com uma forma de pensar a realidade contemporânea; a Lya Luft traz esse olhar da subjetividade”, diz Manuel da Costa Pinto, crítico literário da Folha e curador desta coleção literária. Por meio de relatos em forma de crônica, Luft resgata memórias de família, lembranças de conversas e mesmo fábulas para dar a sua perspectiva sobre o mundo. “Sou uma mulher do meu tempo, e dele quero dar testemunho do jeito que posso”, afirma a escritora. Professora universitária de linguística e tradutora, Lya Luft publicou poemas e contos antes de estrear no romance, nos anos 1980. CONEXÃO Os anos de atividade acadêmica e literária influenciaram a sua escrita clara e objetiva que, aliada à experiência de vida, deram a ela um conhecimento prático capaz de se conectar com muitas pessoas. Ao falar das diferenças entre homens e mulheres na maturidade, Lya reflete sobre a forma como elas continuamente buscam ser felizes: “Vejo mulheres viajando sozinhas, em pares ou grupos, divertindo-se, conhecendo coisas e lugares, cultivando interesses, travando novas relações, voltando a estudar. Interagindo, progredindo. Não vejo tantos homens fazendo o mesmo”. Em passagens como esta, a autora desenvolve a ideia de que, na vida, os ganhos são oferecidos e as perdas são inevitáveis, e o equilíbrio da balança cabe a cada um querer e saber enxergar. “Penso que no curso de nossa existência precisamos aprender essa desacreditada coisa chamada ‘ser feliz'”, aconselha a escritora.