Com chuvas previstas para o Corn Belt, soja perde mais de 30 pts em Chicago nesta 3ª feira
Os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre as condições das lavouras de soja seguem repercutindo nos negócios desta terça-feira (1) na Bolsa de Chicago e os futuros da oleaginosa intensificam suas baixas no início da tarde de hoje.
As posições mais negociadas, por volta de 12h20 (horário de Brasília), recuavam mais de 30 pontos, levando o vencimento novembro aos US$ 9,76 por bushel.
No Brasil, as referências nos portos já perdiam, pelo menos, R$ 1,00 por saca dada essa perda intensa em Chicago. No terminal de Paranaguá, o produto disponível já tinha entre R$ 71,50 e R$ 70,50 por saca e poucos negócios eram registrados dado os preços mais baixos.
Agosto: Pico do mercado climático para a soja nos EUA
O reporte semanal de acompanhamento de safras trazido pelo USDA no fim do dia ontem mostrou uma alta de 2 pontos percentuais no índice de lavouras em boas ou excelentes condições para 59% e assustou o mercado. Os traders, afinal, esperavam uma manutenção ou uma nova redução nesse número.
Combinado a esses dados, as previsões mostrando melhores condições de chuvas para o Corn Belt nos próximos dias também pesa severamente sobre as cotações, estimulando uma intensa liquidação de posições por parte dos fundos de investimento.
“Ainda existem bolsões de seca e estamos iniciando o mês de agosto, que tem primordial importância para definição da safra de soja. Entretanto, as previsões atuais no curto prazo são mais consistentes e mostram chuvas mais abundantes na Dakota do Sul e norte de Iowa, previstas pelo NOAA, enquanto o modelo europeu já coloca mais chuvas para o Missouri e áreas no leste do Cinturão, como centro-sul de Illinois e Indiana”, explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa. ”
Com essas previsões mais úmidas e temperaturas mais amenas fica difícil o mercado voltar a romper os US$ 10,00 sem uma mudança radical no clima”, completa.
Chuvas previstas para os próximos 5 dias nos EUA – Fonte: NOAA
Chuvas previstas para os próximos 5 dias nos EUA – Fonte: NOAA
Além disso, os traders também já observam uma sintonia melhor entre os dois modelos climáticos – europeu e americano – maior nesse momento, principalmente para as chuvas dos próximos 11 a 15 dias, com melhores volumes acumulados sendo esperados para importantes áreas produtoras de soja e milho no Meio-Oeste americano, o que também pesa sobre as cotações.
Ao passo em que as condições climáticas continuam a ser acompanhadas de perto, o mercado também já se prepara para o novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA traz no próximo dia 10, onde serão atualizadas suas estimativas de produtividade. O atual número esperado pelo departamento é de 48 bushels por acre, e analistas nacionais e internacionais já não apostam mais nessa média.
“O consenso geral dos traders é que a produtividade do milho, prevista em 170,7 bushels por acre pelo USDA poderia diminuir entre 6 e 7 bu/acre. Na soja, a produtividade estimada em 48 bu/acre, pode cair 1,5 a 2 bu/acre. Entretanto, isto, naturalmente, não quer dizer que o USDA fará alterações deste porte para esse relatório”, complementa Sousa.