Como fica o futuro da delação da JBS; veja perguntas e respostas
A decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de abrir investigação que pode levar ao cancelamento da delação de três executivos do grupo J&F, dono da empresa JBS, pode ter consequências para o futuro da colaboração. * O que irá acontecer agora? Os delatores Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis e o advogado Marcello Miller terão que depor até sexta-feira (8) para esclarecer o áudio. O escritório Trench Rossi e Watanabe terá de informar em cinco dias as causas da demissão de Miller e da advogada Esther Flesch, responsável pela contratação dele. Por que os delatores fizeram a gravação? Para a Procuradoria-Geral da República, aparentemente Joesley Batista e Ricardo Saud não sabiam que estavam se gravando. A suspeita é que tenham registrado o áudio por acidente, por não saberem operar direito o aparelho. A investigação envolve todas as delações? Não, apenas três (as Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis). No total, sete delatores da J&F fecharam acordo. A delação dos três executivos pode ser invalidada? Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo poderá ser revisto e até rescindido. Com isso, os delatores perderiam os benefícios que conquistaram, como imunidade processual. Os delatores podem ser presos? Questionado sobre a possibilidade de prisão, o procurador Rodrigo Janot disse que “tudo é possível”. As provas obtidas com a delação podem ser anuladas? A eventual rescisão da delação não invalida as provas e elas poderiam continuar sendo usadas em investigações e processos,, de acordo com Janot. Mas especialistas em direito penal dizem que há margem para a anulação. A suspeita sobre a delação impede a PGR de apresentar nova denúncia contra Temer? Segundo Janot, não. Ele diz que o calendário da Procuradoria será mantido. Mas a avaliação política é que a segunda denúncia chegaria enfraquecida, já que o cenário se tornou mais favorável ao presidente.