COP 30, relação com Trump, PEC da Segurança, diálogo com o mercado: veja desafios de Lula em 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre o penúltimo ano do terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto disposto a corrigir a comunicação do governo, a estabelecer uma relação pragmática com Donald Trump nos Estados Unidos e a viabilizar avanços na preservação ambiental durante a COP 30, a conferência da ONU sobre o clima, que será realizada em Belém.
Além disso, também serão desafios para Lula nesta segunda metade do mandato melhorar a relação com o mercado financeiro e de adotar medidas que contribuam para redução da taxa Selic (12,25% ao ano) e da cotação do dólar (acima de R$ 6).
🔍 Veja mais abaixo detalhes sobre:
- Banco Central e medidas fiscais
- Reforma ministerial e alianças para 2026
- Mudança na comunicação
- Relação com o Congresso
- Segurança pública
- Relação com Trump
- Pé-de-Meia para universitários
- Recuperação da cirurgia

Lula faz última reunião ministerial de 2024 e diz que não vai interferir no Banco Central
Banco Central e medidas fiscais
O ano marca a troca da presidência do Banco Central com a posse de Gabriel Galípolo, que substitui Roberto Campos Neto, criticado por Lula nos últimos dois anos por conta do patamar da Selic, definida pelo BC. Campos Neto tinha sido indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula e Janja posam com as três cachorras do casal em foto do Natal de 2024 — Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula e Janja posam com as três cachorras do casal em foto do Natal de 2024 — Foto: Ricardo Stuckert/PR
Reforma ministerial e alianças para 2026
Lula intensificou as discussões sobre uma reforma ministerial no começo de 2025. A intenção deflagrou articulações dentro do governo, do PT e de partidos aliados por espaços no primeiro escalão do petista, composto por 38 ministérios.
Aliados do presidente pregam mudanças para melhorar a relação com o Congresso e costurar alianças com partidos visando a eleição de 2026. Lula, que terá 81 anos em 2026, não definiu se tentará o quarto mandato, porém é o nome favorito do PT.
Auxiliares de Lula querem usar a reforma para atrair à candidatura petista partidos à direita, como PSD, MDB e União Brasil. A negociação também contemplará as disputas ao Senado em um movimento para tentar isolar candidatos vinculados a Bolsonaro.
Mudança na comunicação
Lula tem se queixado publicamente da comunicação do governo e afirmou que fará as “correções necessárias” para melhorar a divulgação das medidas adotadas por ele, bem como reforçar o enfrentamento com a direita nas redes sociais.
O presidente planeja mudanças na área, atualmente comandada pelo ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta. Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha de Lula em 2022, é cotado para assumir a pasta que cuida da publicidade, redes sociais e assessoria de imprensa da Presidência.
Lula, ministros e parlamentares entendem que aprovação do governo deveria ser maior diante do crescimento do PIB e das quedas do desemprego e da miséria.
Relação com o Congresso
Lula tem o desafio de estabelecer uma boa relação com os novos presidentes, que determinam a pauta de votação de projetos. O Planalto evitou interferir de forma ostensiva nas escolhas, porém auxiliou a viabilizar a candidatura de Motta. Lula manterá a prioridade para aprovar no Congresso pautas voltadas à economia.
Segurança pública
Lula defende a proposta, em especial, para melhorar o combate ao crime organizado. Entre as principais medidas sugeridas estão integrar as polícias, reforçar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e estabelecer políticas unificadas — ao padronizar protocolos, informações e dados estatísticos.
Imposto de Renda
Essa segunda fase deve contemplar mudanças em impostos sobre renda e patrimônio, indo além da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil.
Brics e COP 30 no Brasil
Lula será o anfitrião em 2025 da cúpula dos países do Brics e da conferência das Nações Unidas sobre o clima, a COP 30.
A COP em um estado amazônico será o principal evento do governo na área internacional. Lula, que assumiu compromisso de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, defende que países ricos repassem recursos para auxiliar nações mais pobres a preservarem florestas e a adotarem medidas de transição energética e adaptação climática.
Antes da COP, Lula receberá os governantes dos demais países que integram o Brics. A cúpula deve ocorrer no primeiro semestre. Ainda não foi definida a cidade brasileira que vai sediar o evento.
Além do Brasil, o bloco de economias emergentes reúne China, Rússia, Índia, África do Sul, Etiópia, Egito, Emirados Árabes Unidos e Irã. O Brasil preside o grupo em 2025.
Relação com Trump
Um dos principais desafios de Lula na área internacional será a relação com os EUA, que voltam a ser governados por Donald Trump a partir de 20 de janeiro.
Trump promete uma política econômica protecionista, com taxas à produtos importados de diferentes países, em especial da China, o que afetará o equilíbrio dos mercados pelo mundo. O líder americano reclamou recentemente de taxas cobradas pelo Brasil para importar produtos dos EUA.
Ainda na área internacional, Lula terá de lidar a partir de janeiro com o novo mandato de Nicolás Maduro no Venezuela – o governo brasileiro não reconheceu a reeleição do presidente.
Em outras frentes da política externa, Lula deve insistir na defesa do fim das guerras entre Israel e o Hamas e Ucrânia e Rússia. O presidente também manterá a postura a favor da integração do Mercosul e trabalhará para acelerar os trâmites necessários à implementação do acordo comercial com a União Europeia.
Pé-de-Meia para universitários
O Ministério da Educação estuda a expansão do programa que, em um primeiro momento, deverá contemplar especificamente estudantes de instituições de ensino superior federais, como cotistas e inscritos no CadÚnico (pessoas de baixa renda que recebem, por exemplo, o Bolsa Família).
Recuperação
Lula inicia 2025 sob cuidados médicos e com a orientação de não exagerar na carga de trabalho pelos próximos meses.