Coreia do Sul faz teste militar para aumentar defesa contra Pyongyang

A Coreia do Sul realizou nesta quarta-feira (13) o seu primeiro exercício de fogo real com um míssil de cruzeiro que deve reforçar a capacidade do país de realizar um ataque preventivo contra o vizinho norte-coreano. De acordo com o Exército da Coreia do Sul, o míssil Taurus, disparado de um caça F-15, voou a baixa altitude antes de atingir com sucesso um alvo na costa ocidental do país. O projétil, de fabricação alemã, pode viajar por até 500 quilômetros e conta com tecnologia que evita a sua detecção por radares. Segundo a agência de notícias Associated Press, Seul não descarta realizar um ataque preventivo contra o regime norte-coreano para frustrar um eventual ataque nuclear do vizinho. A Coreia do Sul tem acelerado os seus esforços para ampliar a sua capacidade militar após uma série de testes nucleares realizados pelo ditador norte-coreano, Kim Jong-un. O último deles, no dia 3 de setembro, foi o mais potente e importante. Segundo Pyongyang, a atividade contou com uma bomba de hidrogênio capaz de ser transportada por uma ogiva de míssil. Na segunda (11), a ONU impôs a oitava rodada de sanções contra a Coreia do Norte por seu programa nuclear desde julho de 2006. A medida proíbe as exportações têxteis de Pyongyang e restringe o seu abastecimento em petróleo e gás. A resolução incomodou o regime norte-coreano, que afirmou na terça (12) que os Estados Unidos enfrentarão em breve “a maior dor”   que já sentiram. Nesta quarta, Pyongyang voltou a reagir e disse que vai acelerar o seu programa militar. Assista ao vídeo RADIAÇÃO Também nesta quarta, a Coreia do Sul afirmou ter detectado uma pequena quantidade de radiação no ar após o último teste realizado pela Coreia do Norte. A Comissão de Segurança Nuclear do país disse que a descoberta do isótopo xenon-133 está ligado ao recente teste, mas não conseguiu detectar qual tipo de bomba foi detonada. Relatório divulgado pela organização americana 38 North indica também que o teste pode ter sido mais potente do que o inicialmente estimado, com potência aproximada de 250 quilotons, sendo equivalente a cerca de 16 vezes a força da bomba atômica que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em 1945. Logo após o teste, o governo sul-coreano estimou a sua potência em 50 quilotons, ou três vezes mais a bomba americana que destruiu Hiroshima. Seul acredita também que Pyongyang está melhorando a sua capacidade de ocultar as suas atividades nucleares, tornando a radioatividade menos detectável de longe. O regime norte-coreano tem tornado mais eficaz também a sua capacidade armamentista. O país alega ter a capacidade de produzir mísseis nucleares e de atingir todo o território dos Estados Unidos.