CVM pede que JBS explique dificuldade com acordo nos EUA
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regula o mercado de capitais no país, pediu explicações à JBS sobre as dificuldades que a empresa enfrenta para fechar um acordo nos Estados Unidos. O pedido foi baseado em reportagem da Folha do último domingo (17) que revelou que as negociações naquele país chegaram a ser suspensas por causa das suspeitas em torno do ex-procurador Marcello Miller. O ex-procurador é investigado no Brasil sob suspeita de ter ajudado a JBS a fechar os acordos de delação quando ainda ocupava o cargo. Miller nega que tenha cometido irregularidades. As autoridades americanas chegaram as suspender as negociações com a JBS por causa das investigações sobre o Miller. Integrantes do Departamento de Justiça consideram a suspeita extremamente grave porque Miller era o interlocutor da Procuradoria com autoridades americanas. O escritório americano que negociava o acordo da JBS, o Baker McKenzie, teve de ser substituído pelo White & Case para destravar as negociações. O Baker McKenzie é associado no Brasil ao Trench Rossei Watanabe, banca de advocacia que contratou Miller após ele deixar a Procuradoria e depois demitiu-o. Em resposta à CVM, a JBS afirma que “não recebeu qualquer informação de seus advogados nos EUA acerca da alteração da situação dos entendimentos iniciais da companhia perante as autoridades norte-americanas”. Segundo a JBS, a notícia “trata de especulações de mercado, com meras opiniões de certos indivíduos, sobre os quais a companhia refuta”. A CVM apura se os irmãos Wesley e Joesley Batista lucraram ao menos US$ 100 milhões especulando com dólar e ações antes de o acordo de delação tornar-se público.