Dólar abre em queda, com investidores de olho em líderes no G20 e com fiscal e juros no radar

Dólar — Foto: Freepik

Dólar — Foto: Freepik

O dólar abriu a sessão desta segunda-feira (18) em queda, conforme investidores monitoram o início das reuniões do G20 no Rio de Janeiro. O G20 reúne as principais economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

Além disso, com uma agenda esvaziada de indicadores nesta semana, investidores continuam na expectativa pelo anúncio do pacote de medidas para cortar os gastos públicos, prometidos pelo governo. Com as reuniões do G20 nos holofotes, a estimativa é que o anúncio fique apenas para depois do encontro de líderes.

No exterior, as atenções seguem voltadas para eventuais falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e para as notícias vindas da Ásia. (saiba mais abaixo)

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Na última quinta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,01%, cotada a R$ 5,7896.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,91% na semana;
  • avanço de 0,14% no mês;
  • ganho de 19,31% no ano.

As negociações no Ibovespa, por sua vez, começam a partir das 10h.

Na última quinta-feira, o índice subiu 0,05%, aos 127.792 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,03% na semana;
  • perdas de 1,48% no mês;
  • recuo de 4,76% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

Em uma semana mais curta por conta do feriado da Consciência Negra no Brasil na quarta-feira (20) e sem grandes divulgações de indicadores previstas para os próximos dias, investidores começaram esta semana de olho nas reuniões do G20, que começam nesta segunda-feira (18).

O encontro reunirá líderes das maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana. O foco das reuniões será o combate à fome, a mudança climática e a reforma das instituições de governança global, como a Organização das Nações Unidas (ONU).

Com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltados para os encontros do G20, a previsão do mercado é que o anúncio das medidas de cortes de gastos fique apenas para depois das reuniões.

Segundo analistas, apesar da demora ainda causar preocupação no mercado, a estimativa de que o governo anuncie um corte em torno de R$ 70 bilhões tem sido bem-vista pelos investidores.

“O que Haddad tem dito é que o pacote está pronto. Os números giram em torno de R$ 70 bilhões de economia na soma de 2025 e 2026, mas ainda há poucos detalhes”, disse Caio Megale, economista-chefe da XP.

A previsão, segundo Megale, é que os cortes fiquem entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões para 2025 e atinjam os R$ 40 bilhões em 2026.

A espera pelo pacote de cortes já dura mais de duas semanas. Inicialmente, investidores acreditavam que as medidas seriam anunciadas logo após o fim do segundo turno das eleições municipais. No entanto, as negociações para decidir quais ministérios seriam atingidos pelos cortes se estenderam.

No domingo (18), em entrevista à CNBC, Haddad afirmou que o pacote com medidas de contenção de gastos está “está fechado” e será divulgado em breve.

“Nós vamos anunciar brevemente, porque está faltando a resposta de um ministério […], o Ministério da Defesa”, afirmou. “Tivemos boas reuniões com o ministro [José Múcio] e os comandantes das Forças”.