Esquerda apresenta contra premiê da França a primeira moção de censura, mas projeto depende da extrema direita para avançar

O novo primeiro-ministro da França, Michel Barnier, em imagem de 2022. — Foto: Michel Euler/AP

O novo primeiro-ministro da França, Michel Barnier, em imagem de 2022. — Foto: Michel Euler/AP

Essa moção, no entanto, depende da adesão do partido Reunião Nacional (RN), de extrema direita, para prosperar e derrubar o premiê — até o momento, no entanto, não há sinais de que isso vá acontecer.

“A existência deste governo, pela sua composição e pelas suas orientações, é uma negação do resultado das últimas eleições legislativas”, diz a moção, que será defendida na terça-feira na Assembleia Nacional pelo líder socialista Olivier Faure.

O NFP venceu as últimas eleições legislativas que o presidente francês, Emmanuel Macron, havia convocado em junho, após a vitória da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu.

A coalizão também faz críticas à política de austeridade e a integrantes de direita do governo, como o ministro ultraconservador do Interior, Bruno Retailleau, que defende a extradição em massa de imigrantes.

O presidente tomou a decisão em nome da “estabilidade”, mas o novo governo também carece de maioria na Assembleia Nacional, e poderá cair se o terceiro maior bloco em número de deputados, a extrema direita, apoiar a moção de censura.

A deputada de extrema direita Laure Lavalette reafirmou na quinta-feira que não apoiará essa primeira moção de censura, garantindo que a situação na França é “suficientemente grave” e que não quer acrescentar mais caos derrubando Barnier.