Ex-ministro passa senha errada de celular para a PF

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) passou senhas incorretas de seu celular para a Polícia Federal e se recusou a fornecer sua digital para que os investigadores acessassem o aparelho. O peemedebista teve o celular apreendido no dia 3 de julho, quando foi preso em Salvador em uma fase das fases da Operação Cui Bono. Desde então, os investigadores tentaram acessar o celular do ex-ministro de Michel Temer, modelo iPhone, mas não conseguiram. A senha foi solicitada em duas ocasiões, em que Geddel, por meio de seus advogados, forneceu alguns números, que não funcionaram. Chamado a prestar depoimento para esclarecer as suspeitas que lhe são atribuídas na Cui Bono, foi perguntado mais de uma vez pelos delegados, pessoalmente. E disse que havia passado a senha que recordava, mas que costumava acessar o aparelho colocando sua digital. A PF, então, apresentou o iPhone apreendido para que Geddel pudesse colocar seu dedo e, enfim, permitir o acesso aos dados. Ele, porém, se recusou, frustrando a expectativa de que as informações do celular fossem acessadas. Todos os episódios foram relatados no inquérito. Procurada, a defesa do ex-ministro afirmou que Geddel deu à PF a senha que tinha e que não poderia fazer mais comentários porque a investigação está em sigilo. CUI BONO A Cui Bono apura fraudes em liberações de empréstimos na Caixa Econômica Federal, estatal que o peemedebista chegou a ocupar a cadeira em uma das vice-presidências, de Pessoa Jurídica. Atualmente, o ex-ministro cumpre prisão domiciliar, após conseguir um habeas corpus na Justiça. A decisão de tirá-lo da cadeia condicionava o uso de tornozeleiras eletrônicas, mas elas não estão disponíveis na Bahia. Na última terça, a PF encontrou em um apartamento em Salvador um montante de R$ 51 milhões. O local, segundo investigação, era usado como “bunker” pelo peemedebista. COLABORAÇÃO A atitude de Geddel chamou a atenção também porque pouco antes de ser preso, sua defesa havia dito em manifestação por escrito ao STF (Supremo Tribunal Federal) que estava disponível para colaborar e que não havia nada a esconder. O ex-ministro chegou a colocar à disposição seus sigilos bancário e fiscal, na tentativa de evitar ser alvo de operações. Ele afirmou à corte que entregaria o passaporte e que abriria mão de realizar movimentações bancárias maiores do que R$ 30 mil, se comprometendo a avisar sobre operações acima desse valor.