Fórum sobre o centro lota nas duas manhãs; veja impressões do público
Duas manhãs de auditório lotado por uma plateia entusiasmada atestam que o centro está na pauta de prioridades dos paulistanos. Promovido pela Folha no recém-inaugurado Sesc 24 de Maio, o fórum Revitalização do Centro de São Paulo recebeu mais de 500 pessoas nas manhãs de terça (19) e quarta-feira (20). Vinte especialistas, distribuídos em seis mesas de discussão, debateram questões de segurança, transporte, habitação, comércio, geração de emprego e os entraves que dificultam a plena reocupação da região central da cidade. O secretário municipal de Habitação, Fernando Chucre, esteve na plateia para conferir os debates. “O ponto mais importante foi a percepção predominante que a produção de unidades habitacionais para um mix variado de rendas e usos é um dos eixos principais para a requalificação do centro”, disse. A região é tema crucial, segundo Francisco Gomes Machado, vice-presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Santa Cecília, Campos Elíseos, Higienópolis, Barra Funda e Vila Buarque. “A revitalização é importante pela possibilidade de gerar desenvolvimento econômico e turístico.” Para a cientista social Gabriele Cândido, o ponto positivo foi a diversidade dos palestrantes. O fórum recebeu representantes dos governos municipal e estadual, empresários, especialistas e representantes da sociedade civil. “Isso enriqueceu o seminário”, declarou Cândido. Não faltaram elogios, de quem estava no palco e na plateia, à reforma do prédio do Sesc, de autoria do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. * Veja abaixo a opinião de algumas das pessoas que assistiram ao evento. “Vim da Bolívia. Sei que aqui no centro há imigrantes da América Latina e da África que moram em ocupações. Temos que pensar que destino a sociedade dará a essas pessoas” Mónica Rodríguez, 33, professora e ativista – “Eu fecharia mais ruas do centro para fazer quadras voltadas ao comércio, centros culturais e moradias –tudo deve ser público e sem muros. Aqui não é lugar para condomínios de luxo” Carolina Sabino, 24, estudante de arquitetura – Sou de Salvador e nosso centro tem problemas semelhantes aos de São Paulo. A oferta de moradia e a revitalização dos prédios são essenciais para essas regiões” Natália Matos, 29, arquiteta – “As políticas pensadas para o centro querem soluções imediatas e não olham para o todo. É importante fazer um trabalho de longo prazo e integrado entre diferentes setores” Gabriele Candido, 25, cientista social