Idade de criadores de startups sobe para 35 anos
A paisagem nas startups mudou: já não predominam mais os garotos de vinte e poucos anos de tempos atrás. Em três das mais conhecidas aceleradoras de negócios inovadores no país a presença de empreendedores com mais de 35 anos de idade é majoritária. Na Wayra, ligada ao grupo Telefônica, todos os escolhidos para o último programa de aceleração estão acima dessa faixa etária, afirma Renato Valente, diretor da iniciativa no Brasil. “Cinco atrás, eram bem novos, e isso vinha mudando. Mas constatamos nessa última turma que todos, pela primeira vez, tinham mais de 35 anos e mais experiência.” Na Startup Farm, que está alojada em São Paulo em um dos campus do Google no mundo, o perfil dos empreendedores também mudou. No atual programa, que dura seis meses, tem fundador de até 60 anos. “Há muitos que já montaram empresas que não foram para frente, e estão na segunda ou terceira tentativa, mas eles são muito bem-vindos”, diz Alan Leite, sócio e CEO da Startup Farm. “Quem já teve essas experiências, aprendeu e tenderá a não repetir os mesmos erros”, enfatiza Leite. O empreendedorismo feminino no país, por sua vez, cresce, mas a ritmo mais lento. Mulheres em startups ainda são minoria, ainda mais entre os fundadores das microempresas de tecnologia. Por conta disso, a Wayra contratou uma pessoa para, entre outras áreas, se dedicar ao incremento da participação feminina em novos negócios. * Inovação a muitas mãos Aceleradoras de startups têm estreitado o relacionamento com grandes empresas, especialmente por serem um canal importante de demanda e recursos para os negócios em que investiram. Na Ace, essa busca revelou-se um negócio promissor, diz Pedro Waengertner, presidente e um dos sócios. “Temos uma área que ajuda negócios a surgirem dentro de companhias, ajudando-as a inovar com equipe própria, que avaliamos, ou nossa. É como colocar o softer de startup na cabeça das grandes empresas”, afirma. “Já são mais de 12 empresas. Conseguem inovar cinco vezes mais rápido e barato que o processo normal”, diz o diretor Arthur Garutti. * Riscos compartilhados Empresas de seguros no Brasil querem um novo instrumento que permita transferir riscos ao mercado de capitais na forma de resseguros. A ideia é “empacotar” apólices em um título que possa ser comercializado. É um negócio com formato semelhante ao dos CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), mas no qual o comprador antecipa pagáveis e corre o risco de arcar com parte dos sinistros dos contratos. “A possibilidade de transferir riscos para o mercado de capitais transformou o setor em países desenvolvidos”, diz Rodrigo Botti, diretor da resseguradora Terra Brasis. “Nos mercados maduros, essa prática representa cerca de 20% do volume total de prêmios”, afirma. A estratégia para inserir essa venda do título de seguros na legislação brasileira será um dos principais temas do Conseguro, evento da confederação do setor. * Depois da tempestade A exportação de tabaco caiu 15% no primeiro semestre, mas deverá ter uma retomada até o fim do ano, aponta estudo da PwC e do Sinditabaco, entidade do setor. “A queda é reflexo da safra de 2016, que foi 25% menor por conta das chuvas do El Niño”, diz o presidente do sindicato, Iro Schünke. A projeção é que as vendas somem US$ 2,1 bilhões, patamar semelhante ao de 2016. * Vida… A CCP usou 70% dos R$ 1,13 bilhão que recebeu na venda de seu negócio de galpões para pagar dívidas, diz o presidente, Pedro Daltro. …nova A empresa lançará, em novembro, um marketplace para lojistas de seus shoppings. A previsão é elevar, em 36 meses, as vendas em 5%. * com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI