Israel intercepta míssil do Iêmen; Houthis assumem responsabilidade por ataque

Segundo a agência de notícias Reuters, após o lançamento do projétil, sirenes foram acionadas em diferentes cidades de Israel, incluindo Tel Aviv e Jerusalém.

De acordo com a Reuters, o grupo rebelde Houthis assumiu a responsabilidade do ataque. Na terça-feira (18), eles haviam dito que atacariam Israel “nas próximas horas”, caso o país não parasse com os ataques à Gaza.

Sistema aéreo de defesa de Israel intercepta mísseis — Foto: Ayal Margolin/Reuters

Sistema aéreo de defesa de Israel intercepta mísseis — Foto: Ayal Margolin/Reuters

A declaração foi uma resposta do grupo, que é aliado do Hamas e faz parte do chamado Eixo da Resistência do Irã, ao fim do acordo de cessar-fogo depois que o governo israelense voltou a lançar uma ofensiva militar contra o território palestino na noite da segunda-feira (17).

“As Forças Armadas do Iêmen expandirão seus alvos durante as próximas horas e dias, a menos que a agressão contra Gaza pare, e continuarão a confrontar o inimigo criminoso americano e a impedir a navegação israelense até que a agressão pare, o bloqueio seja levantado e a ajuda seja permitida na Faixa de Gaza”, afirmou Yahya Saree na TV.

No dia, outro míssil já havia sido lançado e interceptado pelas forças israelenses.

Os Houthis já haviam anunciado que voltariam a abrir fogo contra Israel na quarta-feira (12), depois que o país interrompeu a ajuda humanitária à Faixa de Gaza para pressionar pelas negociações do cessar-fogo.

Desde outubro de 2023, após o início da guerra no território israelense, os Houthis também fazem ataques a navios militares e comerciais de Israel e seus aliados em um dos corredores de navegação mais movimentados do mundo.

Porta-voz dos Houthis — Foto: HOUTHI MEDIA CENTER via REUTERS

Porta-voz dos Houthis — Foto: HOUTHI MEDIA CENTER via REUTERS

Integrantes e simpatizantes dos Houthis participam de protesto contra os EUA em Sanaa, no Iêmen, em 17 de março de 2025. — Foto: Adel Al Khader/ Reuters

Integrantes e simpatizantes dos Houthis participam de protesto contra os EUA em Sanaa, no Iêmen, em 17 de março de 2025. — Foto: Adel Al Khader/ Reuters

Os rebeldes afirmaram que não recuarão e anunciaram ainda ter atacado navios norte-americanos em rota no Mar Vermelho.

Em comunicado, os Houthis disseram ter lançado mísseis e drones que atingiram o grupo do porta-aviões norte-americano Harry S. Truman — de onde partiram caças que atacaram alvos houthis no fim de semana — e afirmou que o ataque foi o terceiro contra embarcações dos EUA em 24 horas.

Quem são os Houthis, grupo rebelde alvo dos EUA

Quem são os Houthis, grupo rebelde alvo dos EUA

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, os Houthis — financiados pelo Irã e parte do chamado “Eixo da Resistência” — lançam mísseis contra o sul do Israel e atacam embarcações militares e comerciais no Mar Vermelho, uma das principais rotas marítimas do mundo.

Nesta terça, o comando do grupo criticou os bombardeios realizados na segunda-feira (17) por Israel na Faixa de Gaza e afirmou que o movimento rebelde “continuará seu apoio e assistência (aos palestinos) e intensificará a confrontação” contra Israel.

“Cada disparo dos houthis será considerado, a partir de agora, um disparo lançado por armas iranianas e pelos dirigentes do Irã, e o Irã será considerado responsável e deverá assumir as consequências”, escreveu em sua rede Truth Social.

Durante a segunda-feira, milhares de manifestantes exibiram cartazes e armas, aos gritos de “morte aos Estados Unidos, morte a Israel”, em um protesto na capital, Sanaa, segundo imagens exibidas pelo canal Al Masirah.

Os bombardeios americanos do fim de semana atingiram principalmente a capital do Iêmen, controlada pelos rebeldes, e várias regiões do país, deixando 53 mortos – entre eles cinco crianças – e 98 feridos, segundo os houthis.

Vídeos mostram ataque dos EUA contra Houthis

Vídeos mostram ataque dos EUA contra Houthis